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Economia

Depois do preço subir 14,8%, óleo diesel deve ter novo reajuste

Luciana Brazil | 11/03/2013 12:07
Gerente diz que ainda dá para manter o preço, mas não pode dizer até quando. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Gerente diz que ainda dá para manter o preço, mas não pode dizer até quando. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Os dois últimos reajustes no preço do óleo diesel neste ano, 5% cada um nas refinarias, já elevaram em até 14,8% o custo do produto para o consumidor final em Mato Grosso do Sul, de acordo com o diretor executivo da Setcems (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas do Estado de Mato Grosso do Sul), Dorival Oliveira.

O último reajuste anunciado pela Petrobrás foi na terça-feira passada (5). No dia 6 de fevereiro o governo autorizou o primeiro aumento do ano, também de 5%.

Conforme Dorival, apesar do acréscimo ter sido de 10% ao todo, os impostos, que também incidem no custo do óleo, fizeram com que o reajuste chegasse a 14% para o consumidor.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustível), nos últimos 12 meses o óleo diesel aumentou 10,46% no Estado. Em março de 2012 o preço nas bombas era de R$ 2,179, já neste mês, o litro custa R$ 2,407, em média.

O setor já aguarda um novo reajuste do combustível ainda neste ano. “A categoria fica em estado de alerta. Contamos com o bom senso da presidente (Dilma Rousseff)”, afirmou o presidente da Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas e Similares) Roberto Sinai.

Ele explica que o óleo diesel é o termômetro do mercado. “É uma cascata. Sobe o óleo diesel, sobe também o pneu, sobe o frete e entre outros produtos”, prevê.

Sinai lembra que o transporte rodoviário sofre com o déficit de perdas já acumuladas nos últimos anos, que segundo ele já somam 60%. “A categoria ficou muito tempo sem repassar o valor para o consumidor. Agora, não conseguimos mais arcar com o aumento. Não temos mais como segurar”.

Acostumado a viajar, Antônio reclama de preço dos combustíveis.
Acostumado a viajar, Antônio reclama de preço dos combustíveis.

O frete ficou caro de 5% a 8% no início deste ano. Agora, com o novo reajuste, o custo deve ter outra majoração, de 2% a 5%, segundo o Sindicargas.

O diretor executivo da Setcems explica que a produção de grãos e de outras mercadorias no mercado nacional reflete no aumento do combustível. “Por causa da grande demanda interna, a Petrobras precisa comprar o combustível no mercado externo, e compra a preços maiores do que o praticado no mercado nacional e não consegue manter o valor”.

Além disso, Dorival lembra que a boa safra de 2012 contribuiu para o aumento do óleo diesel. “Além da produção de grãos, a frota de transporte aumentou muito. Isso tudo coopera para o quadro de hoje”, ressalta.

Na capital: Algumas empresas ainda conseguem manter o preço do diesel nas bombas, mas não sabem até quando. “Estamos aguardando uma decisão. Por enquanto estamos mantendo o preço do diesel”, afirmou o gerente do posto de gasolina na avenida Mato Grosso, Evaldo Rosário de Souza.

No posto, o diesel está sendo vendido por R$ 2,49, valor que segundo Evaldo deveria ser de R$ 2,58, caso tivesse acompanhado o reajuste.

Em outro posto, o aumento já atingiu as bombas e, consequentemente, o consumidor. O diesel era vendido por R$ 2,39 na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de maio. Hoje o valor é de R$ 2,45. “Não tem como segurar o preço. O governo não foi legal com a gente, já que o mercado depende do combustível”, avaliou o gerente do posto, Militão Renovato, há 10 anos na chefia.

Os consumidores, de álcool, gasolina e diesel, são unânimes em critivar os novos preços nas bombas. “O valor do combustível tem sido desproporcional ao ganho. A gente, que depende muito do carro, fica a mercê”, lamenta o técnico agrícola Antonio Minari Junior, 58 anos, que viaja de carro constantemente pelo interior.

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