Dólar fecha em alta após dado sobre trabalho dos EUA
O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (5), acompanhando os mercados externos após números fortes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem as expectativas de uma alta de juros neste ano na maior economia do mundo.
A moeda norte-americana subiu 0,51%, a R$ 3,1506 na venda, em um movimento amplificado pela liquidez baixa, com muitos operadores afastados das mesas entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em apenas cerca de 800 milhões de dólares. Na semana, a divisa acumulou queda de 1,15%.
A criação de vagas de trabalho nos EUA disparou em maio e os salários aumentaram, sinais de ímpeto na economia após o fraco desempenho no primeiro trimestre. Depois da divulgação dos dados, operadores passaram a apostar que o Federal Reserve começará a elevar os juros em outubro.
"Qualquer dúvida sobre uma fraqueza econômica prolongada no segundo trimestre, ao menos em relação ao mercado de trabalho, foi certamente apagada com a divulgação do relatório de emprego de maio", disse o estrategista-chefe do BTIG, Dan Greenhaus.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil. No exterior, o dólar avançava cerca de 1% em relação a uma cesta de divisas.
No Brasil, as variações do dólar foram exacerbadas pelo baixo volume de negócios. Na véspera, os mercados brasileiros ficaram fechados devido ao feriado de Corpus Christi, mas o dólar fortaleceu-se nos mercados internacionais, antecipando os números de emprego dos EUA desta sessão. "Calhou que temos notícias importantes em um dia em que o mercado está vazio. O resultado é que o mercado dá uma rasgada", resumiu o gerente de câmbio de uma corretora nacional, que solicitou anonimato.
Operadores ressaltaram ainda as preocupações relacionadas à dívida grega como um fator importante por trás da alta recente do dólar. Após postergar o pagamento de uma dívida que venceria nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou que não aceitará qualquer acordo que não inclua a reestruturação da dívida do país.
"Ainda há muitos pontos de interrogação no horizonte, é difícil imaginar um alívio duradouro para o dólar nesse contexto", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. O BC já rolou o equivalente a 1,368 bilhão de dólares, ou cerca de 16% do lote total, que corresponde a 8,742 bilhões de dólares.