Feriado de 1º de Maio é dia de trabalho e expectativa de lucro para ambulantes
Praça do Rádio recebeu, além de público para Festa do Trabalhador, dezenas de comerciantes que veem no evento oportunidade de faturar

A folga é para os trabalhadores, mas para ambulantes de Campo Grande, o 1º de Maio também é sinônimo de vendas para quem deseja curtir a folga. Não por acaso, diversas barraquinhas e vendedores se instalaram desde a madrugada desta terça-feira na praça do Rádio, onde, horas depois da chegada dos comerciantes, teve início a festa organizada pela Força Sindical –que esperava atrair 40 mil pessoas ao Centro da cidade.
As estruturas no entorno da Festa do Trabalhador começaram a ser montadas às 1h30 desta terça –embora tivessem sido delimitadas um dia antes, conforme os próprios ambulantes. Foi o horário em que a empresária Denise Guimarães, 35, chegou para instalar a estrutura na qual vendia nesta tarde pacotes de batata chips a R$ 4. Há 12 anos no ramo, ela foi para a praça com mais três pessoas.
“Provavelmente o movimento começa a melhorar perto do fim do evento, entre as 19h e as 20h”, contou Denise, que normalmente vende seus produtos na Orla Morena.
Em outro ponto da praça, Sueli Ferreira, 31, saiu direto de outro evento, na Esplanada Ferroviária, direto para o local. “Cheguei por volta da 1h”, contou ela, que há dois anos vendia pães caseiros e, nos últimos seis meses, passou a apostar nos cachorros-quentes.
Renda extra – Antônio Carlos da Silva, 71, e a mulher, Elizabeth Kammer, 63, são feirantes há 30 anos, com um roteiro de 27 feiras por semana. E marcaram presença em todas as Festas do Trabalhador até aqui com a barraca de pastéis, vendidos a R$ 4 –ou três por R$ 10, conforme disse Cleyton, um dos filhos do casal.
Desde as 19h de ontem no local, “porque se não não pega lugar bom”, como explicou Antônio, a intenção era vender até dois mil pastéis até as 22h. Cleyton, que é corretor de imóveis, afirma que aproveita o evento para “complementar a renda”.
Como ele, a auxiliar-administrativa Gleice Quintino, 25, ajudava a mãe com um carrinho de churros. “Viemos do Parque do Sol para o evento”, contou ela. O “time” tinha o reforço de mais duas pessoas.
A festa também foi vista como oportunidade pelo vendedor Ayrton Rodrigues, 23, que pela primeira vez levava ao local espetinhos para a venda. Porém, segundo ele, o movimento acabou frustrado pelo fato de muitas pessoas levarem para a praça comidas e bebidas de casa.
Foi a escolha do casal Genivaldo Segóvia, 41, e Cláudia da Silva Duarte, 31, que levou frutas, biscoitos, água e suco para a família. “Optamos porque é mais prático e econômico”, contou ela, ao lado dos filhos de 10 e 2 anos, que pretendiam ficar na festa até começar a escurecer. (Colaborou Miriam Machado)