Financeiras tentam reverter exclusividade do BB, mas temem “quebradeira”
A rescisão de convênio entre o governo do Estado e as 19 instituições bancárias que repassam recursos para as 260 financeiras de Mato Grosso do Sul vai provocar quebradeira no setor. “Se não houver reversão em 60 dias, vamos fechar as portas”, alerta Janaína Bernardo, representante de financeira.
Segundo ela, 95% dos empréstimos são referentes a servidores estaduais. “Como manter a porta aberta? É como ter uma peixaria e não ter peixe”.
Em fevereiro do ano passado, o governador André Puccinelli (PMDB) deu exclusividade dos empréstimos consignados em folha ao Banco do Brasil. Também foi dado prazo até ontem para que as outras instituições oferecessem empréstimo com desconto em folha.
Há um ano as financeiras tentam derrubar o decreto. Os representantes do setor chegaram a fazer protesto na Assembleia Legislativa no começo do mês. De acordo com Janaína, eles não conseguiram conversar com o governador.
“Queríamos que ele abrisse a porta do gabinete para provarmos que temos taxas de juros tão competitivas ou até melhor do que o Banco do Brasil”, conta.
As financeiras geram 3 mil empregos entre diretos e indiretos.
O setor recorreu ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que derrubou a exclusividade do Banco do Brasil, permitindo a realização de empréstimos consignados em folha dos servidores estaduais com o BMG S/A e com as instituições financeiras associadas à ABBC (Associação Brasileira de Bancos).
Entretanto, liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) garantiu a exclusividade ao Banco do Brasil. Agora, é aguardado o julgamento do mérito.