Greve dos bancários no 5º dia útil tem surpresa e filas para pagar contas
O primeiro dia da greve dos bancários em Campo Grande, está sendo de surpresa e filas para clientes que não sabiam da paralisação. Em pleno quinto dia útil e véspera de feriado, o número de pessoas que foram ao Centro para pagar contas aumentou e claro, as filas também.
Na rua Cândido Mariano, onde todas as unidades bancárias estão paradas, muitas pessoas foram pegas de surpresa. A atendente Juliana dos Santos, 30, conta que não sabia da greve e como ainda não tem cartão foi até uma agência do Santander hoje, mas ao chegar lá se desesperou ao ver que não conseguiria sacar o salário, recebido hoje.
"Esse saque só é autorizado na agência que eu tenho conta, mas vou tentar ir em outra para ver se consegue receber o salário", disse ela. Devido a greve, serviços que necessitam de atendimento não estão sendo realizados.
A funcionária pública federal Marcia Rodrigues, 51, também teve problemas nesta manhã. Ela conta que sabia desde a semana passada da greve e adiantou o pagamento, mas hoje foi ao banco sacar dinheiro e as cédulas ficaram presas no caixa eletrônico.
Ela precisou da ajuda de um funcionário para resolver a situação, mas não tinha ninguém na agência para auxiliar. Apenas uma pessoa estava ajudando idosos na agência do Bradesco.
A Caixa Econômica colocou cinco funcionários para auxiliar os clientes, que podem fazer saque, pagamento e depósito pelo caixa eletrônico. Mas solicitar cartão ou pagar conta atrasada, por exemplo, os clientes não conseguem.
Para os clientes, as opções são lotéricas, correspondentes bancários ou caixas eletrônicos. Lidiane Pereira Galeano, 37, entrou na fila de uma banca para pagar suas contas e esperou 20 minutos até ser atendida. Ela conta que chegou no banco para pagar as contas e viu a greve, então recorreu a alternativa.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, Edvaldo Barros, afirma que ainda não é possível estimar quantas agências estão fechadas. Ele explica ainda que a diretoria está percorrendo as unidades e estima que a greve aumente na quinta-feira.
Reivindicações - Os bancários pedem reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real e 9,78% de correção da inflação. Porém, o índice proposto pela federação foi de 6,5%, rejeitado pela classe.
Além do reajuste total de 14,78% no salário e benefícios, a categoria pede também combate às metas abusivas e ao assédio moral, fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho, além de mais segurança nas agências bancárias e auxílio educação.
A categoria entregou a pauta de reivindicações no dia 9 de agosto. A data-base da categoria é setembro e a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) tem validade nacional.