Grupo chileno oferece R$ 11 bilhões pela compra da Eldorado
O grupo J&F recebeu a primeira proposta formal pela Eldorado Brasil. O grupo chileno Arauco ofereceu mais de R$ 11 bilhões pela fábrica de celulose localizada em Três Lagoas - distante 338 km de Campo Grande. A formalização da venda deve sair nos próximos dias.
Segundo reportagem do Valor Econômico, a proposta foi feita aos irmãos Batista na quarta-feira. A disputa agora está com a Fibria, controlada pelo Grupo Votorantim, que tem motivos de sobra para comprar a Eldorado, já que está localizada há pouco quilômetros da unidade.
A Suzado, também interessada, já teria recuado da proposta. O que pesa na decisão da Fibria, assim como a Suzano, é o acordo de leniência que busca aval da 5ª turma do STF (Superior Tribunal Federal) e o TCU (Tribunal de Contas da União), resultado da delação dos irmãos Batista ao MPF.
Ambas também estariam em busca de preços mais baixos para não afetar seus balanços e retorno aos acionistas, conforme o Valor. Ao jornal tanto a J&F quanto a Fibria e a Suzano, não se manifestaram sobre o assunto.
Venda - Após delação que acusou de crimes a cúpula da política brasileira, os irmãos Wesley e Joesley Batista iniciaram um processo de capitalização, com venda de seus negócios. Unidades do JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai já foram vendidos.
Ontem, a agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's), a família Batista, pretende vender, em curto prazo, R$ 8 bilhões em ativos da holding J&F. Na relação de negócios a serem comercializados, pode estar a fábrica sul-mato-grossense.
A venda trás incertezas para a economia sul-mato-grossense, há anos pautada na celulose. Junto com a Fibria, a Eldorado é responsável pelo título de Capital Mundial da celulose dado à Três Lagoas.