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Economia

Hortifrutis e leite “apagam” efeitos de isenção e inflação sobe na Capital

Edivaldo Bitencourt | 07/05/2013 10:50
Preço do leite vem "assustando" o consumidor na Capital (Foto: Pedro Peralta/Arquivo)
Preço do leite vem "assustando" o consumidor na Capital (Foto: Pedro Peralta/Arquivo)

A isenção dos impostos federais sobre os produtos da cesta básica e a redução de 3,17% na conta de energia elétrica não conseguiram segurar o dragão da inflação no mês de abril em Campo Grande. Impulsionado pelo aumento de 4,87% no preço do leite e de alguns hortifrutis, o custo de vida voltou a ter alta de 0,30% na Capital, após fechar em queda de 0,07% em março.

O IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) é o menor para o mês desde de 2008, quando abril teve a inflação de 0,29%, segundo o levantamento do Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp.

As medidas anunciadas em março pela presidente Dilma Rousseff (PT) começam a surtir efeito na inflação, mas tiveram os efeitos “apagados” por outros fatores, como o clima, que elevou os preços de alguns hortifrutis, e da demanda, que encareceu o preço do leite.

“Abril é o mês de reajuste de produtos farmacêuticos, que é um setor de preços administrados pelo governo. O índice só não foi maior devido à redução nas contas de energia elétrica, em média 3,17%. Os aparelhos eletroeletrônicos também continuam com seus preços em queda. Já os hortifrutis continuam com os preços em ascensão, refletindo fatores climáticos adversos e a alta demanda pelos mesmos”, analisa o coordenador do Núcleo de Pesquisas da Anhanguera-Uniderp Celso Correia.

Apesar da queda de óleo de soja (-5,76%), açúcar (-5,70%) e até alguns cortes de carne (-9,22%), o consumidor não sente a queda dos preços. Alguns legumes e verduras estão mais caros, como batata (29,92%), cenoura (26,34%) e pimentão (24,85%).

Não é só isso. O leite está, literalmente, assustando o consumidor. “Tava no caixa ontem e levei um susto (com o valor da conta)”, relatou o assistente de suprimentos, Devanir Paltanin, de 35 anos, ao fechar a conta ontem em um supermercado da Capital. Ele até conferiu o cupom para ver se houve cobrança a maior.

“Toda vez que vou no mercado, o leite está mais caro”, queixa-se o trabalhador. Ele conta que o litro do leite acumula alta de 29,6% em dois meses, de R$ 2,19 para R$ 2,84.

Os números do Nepes atestam a revolta do consumidor. Segundo o IPC/CG, os alimentos ficaram 14,19% mais caros nos últimos 12 meses em Campo Grande, mais que o dobro da inflação de 5,71%.

Os outros grupos também acumulam alta acima da inflação no mesmo período: educação (9,15%), transporte (7,39%) e higiene e pessoal (7,19%).

De acordo com Correia, as desonerações do PIS e CONFINS dos produtos da cesta básica têm ajudado a segurar a inflação na cidade de Campo Grande, haja vista a queda de preços nos produtos que compõem a cesta básica, principalmente, carnes em geral, óleo de soja e açúcar.

“O que se percebe é que a inflação da cidade parece caminhar para o centro da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%, com tolerância de ± 2%”, observa.

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