Inadimplência sobe em MS, mas comércio quer melhorar índice com Desenrola Brasil
Programa federal teve início no final de junho, inicialmente, apenas para dívidas abaixo de R$ 100
Dados de levantamento feito pela Serasa em julho de 2023 indicam queda no número de inadimplentes no Brasil, pelo segundo mês consecutivo, ao passo que foi registrado leve aumento de inadimplentes em Mato Grosso do Sul. Ainda que no período de 30 dias, o saldo de novos endividados foi de 1,51%, o setor do comércio espera colher bons frutos com o programa Desenrola Brasil de forma progressiva.
No Estado, cerca de 48,69% da população estava em situação de inadimplência em junho. No mês seguinte, 49,18% da população adulta foi configurada como inadimplente.
Já no país, 43,72% dos brasileiros estavam em situação de inadimplência em julho, uma redução de 34 mil em relação ao mês anterior.
Desta forma, Mato Grosso do Sul ocupou a sexta posição entre unidades da Federação - a maior inadimplência ocorreu no Rio de Janeiro, de 53,11%, e a menor no Piauí, de 35,4%. Em julho, 55.215 acordos foram feitos por meio do Serasa Limpa Nome, em território sul-mato-grossense.
Em nível nacional, faixas etárias com maiores fatias da população com nome restrito são de 41 a 60 anos, representando 35%, e 26 a 40 anos, correspondendo a 34,6% do total de inadimplentes. A faixa etária acima de 60 anos representa 18,3%.
Para a ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), é esperado um aumento gradativo em relação ao programa Desenrola Brasil, projetado pelo Governo Federal como forma de reduzir endividamentos e melhorar o consumo das famílias.
“Iniciativas que fomentem a negociação de dívidas tem impacto positivo para o setor empresarial, principalmente se os débitos forem pagos em dia”, disse a entidade, em nota, ao Campo Grande News.
Segundo a Associação, efeitos benéficos, como o aumento do consumo devido a sobra de recursos no orçamento familiar, podem não ser percebidos nesta primeira fase do Desenrola, mas de forma gradual pelo comércio.
“Um ponto favorável é que com as dívidas negociadas, o consumidor limpa o nome e pode retomar o crédito para compras em crediário, por exemplo. Para vendas a prazo, por meio desta modalidade, pode haver um aquecimento na economia.”
Desenrola Brasil - O programa de renegociação de dívidas começou em 17 de junho. A primeira etapa limpa o nome dos consumidores negativados com dívidas de até R$ 100 e renegocia dívidas bancárias de pessoas que têm renda até R$ 20 mil.
Além disso, portaria normativa publicada no Diário Oficial da União, desta sexta-feira (14), dispõe sobre a habilitação de agentes financeiros interessados em aderir ao projeto.
Ficam habilitadas para oferecer renegociação de dívidas no Programa as instituições financeiras criadas por lei própria ou autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que detenham autorização para realizar operações de crédito.
O programa deve atingir 70 milhões de inadimplentes. Somente em relação às dívidas de até R$ 100, a previsão é limpar o nome de 1,5 milhão de brasileiros só nessa faixa de débitos.
Conforme informações do Serasa, em Mato Grosso do Sul, são 1 milhão de inadimplentes, com o total de 3.727.087 dívidas, porque uma pessoa pode ter mais de um débito. O total soma R$ 5.293.000.642,41, o que significa que cada inadimplente deve em média R$ 5,1 mil.
Em Campo Grande, são 407.348 inadimplentes, somando o valor total de R$ 2.391.991.636,53. O ticket médio de dívida por inadimplente é de R$ 5.872,11 e por dívida é de R$ 1.496,39.
As informações do Serasa sobre quem deve até R$ 100 no Estado não foram disponibilizadas.
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