Marco ferroviário deve criar dois ramais de trem em MS
Ministro disse que grupos privados têm interesse em investir se regime de autorização passar a vigorar
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que a criação de um novo marco regulatório das ferrovias, deve impulsionar dois novos ramais de trens de carga em Mato Grosso do Sul: um ligando Maracaju a Cascavel (PR) e outro entre Três Lagoas a Aparecida do Taboado.
Ele informa que já conversou com grupos interessados em ramais na Bahia, em Minas Gerais, Maranhão e Pará, e "no Mato Grosso do Sul, entre Maracaju e Cascavel (PR) e Aparecida do Taboado e Três Lagoas, nesse último caso por causa da celulose. Então temos vários empreendedores interessados".
A proposta do governo é editar uma MP para criar o regime de autorização – o que permitiria à iniciativa privada, construir e operar ferrovias com um regime regulatório próprio. Hoje, pela lei, só a União pode ser dona de ferrovias e a exploração se dá por regime de concessões. Segundo o ministro, isso pode destravar até R$ 30 bilhões em investimentos. Ele afirma que já houve interesse de grupos privados em ramais pelo país.
O ministro focou na importância do ramal em Três Lagoas para tirar caminhões das estradas que levam celulose de MS ao Porto de Santos (SP).
"Aparecida do Taboado dá para conectar com a Malha Paulista e um ramalzinho ali, a gente está falando de 80 a 100 km, faz com que a gente possa pegar essa celulose das plantas de Três Lagoas, em MS, e conectar com a Malha Paulista e levar até o porto de Santos. Muito da celulose hoje, vai para o porto de caminhão".
E defendeu o novo regime: "A autorização permite isso, que a gente se aproveite de planos de negócios bilionários de várias indústrias e empresas. Nos Estados Unidos, as ferrovias são autorizadas. A gente quer ir por esse caminho e permitir ao empreendedor interessado em tomar o risco de engenharia para ter um benefício logístico e ter uma ferrovia à semelhança do que já acontece hoje, com os terminais portuários privados."
Você lê a entrevista exclusiva do ministro à Bloomberg Línea clicando aqui.