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Economia

Mato Grosso do Sul registrou menor endividamento do país em junho

Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, por outro lado, tiveram maior índice do Brasil

Guilherme Correia | 11/07/2023 13:49
Mulher fazendo contas na calculadora, com dinheiro ao lado (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Mulher fazendo contas na calculadora, com dinheiro ao lado (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Mato Grosso do Sul registrou menor índice de endividamento do país em junho, de 59,1%, segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada nesta terça-feira (11) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Em seguida, aparecem os estados do Pará (62%) e Piauí (65%).

O maior número de endividados está concentrado no Sul e Sudeste. Minas Gerais é o primeiro no ranking, com 94,9% da população; seguido por Paraná, com 94,7%; e Rio Grande do Sul, com 93,9%.

De acordo com a pesquisa, o volume de endividamento é maior entre a classe média, ainda que o avanço no semestre tenha sido apresentado em todas as faixas de renda pesquisadas.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o incremento na proporção de endividados foi maior entre os consumidores com renda mensal de 5 a 10 salários (2,1 pontos percentuais). A inadimplência também cresceu mais entre esse grupo de renda (2,7 pontos em um ano).

"Com a absorção de pessoas com menor nível de escolaridade pelo mercado de trabalho e programas de transferência de renda mais robustos, um avanço mais expressivo entre as famílias de renda baixa vem sendo contido", analisou a economista Izis Ferreira, responsável pela Peic.

No Brasil - Percentual de famílias que relataram dívidas a vencer aumentou 0,2 ponto percentual em junho, chegando a 78,5% das famílias no país. Desse total, 18,5% se consideram muito endividados, maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 2010.

A alta da proporção de endividados interrompe uma sequência de quatro meses de estabilidade do indicador que, com essa nova subida, alcançou o maior nível desde novembro do ano passado.

Em publicação feita pela CNC, o presidente da entidade, José Roberto Tadros, declarou que a economia brasileira enfrenta cenário de endividamento e inadimplência crescente, que afeta a capacidade de consumo das famílias. "O equilíbrio entre os objetivos de estabilidade de preços e o crescimento econômico é um desafio a ser perseguido e que será determinante para a retomada do desenvolvimento do país”.

Comprometimento de renda - Embora o endividamento tenha avançado em junho, um mês antes do previsto pela CNC, a parcela média da renda comprometida com dívidas alcançou 29,6%, o menor percentual desde setembro de 2020.

Segundo a economista Izis Ferreira, essa mudança é fruto da melhora da renda dos consumidores que recebem até 10 salários mínimos. “Que ocorre por conta da dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado”.

Inadimplência - A falta de pagamentos acompanhou a tendência de alta do endividamento em junho. O percentual de famílias com dívidas atrasadas fechou o mês em 29,2%, aumento de 0,1 ponto percentual. Ferreira pondera que a melhora da renda disponível, com a evolução positiva do mercado de trabalho e o alívio da inflação, não foi suficiente para retirar da inadimplência os consumidores com dívidas atrasadas há mais tempo.

"A proporção de consumidores com dívidas atrasadas voltou a crescer após seis meses de queda, assim como o contingente dos que afirmam que não terão condições de quitar dívidas atrasadas de meses anteriores".

Do total de consumidores com dívidas atrasadas, 4 a cada 10 entraram em junho sem condições de pagar os compromissos de meses anteriores, maior proporção desde agosto de 2021.

A economista aponta que os juros elevados seguem dificultando a melhora desse quadro. O volume de consumidores com atrasos há mais de 90 dias também cresceu, alcançando 46% do total de inadimplentes.

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