Mercado prevê revenda de Enersul, mas Energisa descarta no momento
Apesar de o mercado apostar que a Energisa pode revender empresas do Grupo Rede – formado pela Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) e outras sete distribuidoras - a direção descarta a revenda imediata.
Ontem, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o plano de recuperação e estipulou prazo até 15 de abril para que a Energisa assuma as distribuidoras, que desde 2012 estão sob intervenção da agência. Fundada em 1979, a Enersul terá o quarto dono.
De acordo com o site do jornal O Estado de São Paulo, o diretor-presidente da Energisa, Ricardo Botelho, assegurou que a companhia não tem intenção de se desfazer de algum ativo de distribuição neste momento. Ainda segundo o jornal, o mercado especula que a Energisa poderia revender alguma empresa para interessados como CPFL Energia, Equatorial, Copel e Endesa. Conforme o diretor, essa opção não pode ser descartada no futuro.
Além da Enersul, a Energisa vai assumir a Celtins (TO), Cemat (MT), CFLO (PR), Empresa Elétrica Bragantina (SP), Caiuá Distribuição de Energia (SP), CNEE (SP) e EDEVP(SP).
O plano de recuperação foi apresentado em audiência pública e causou polêmica em Mato Grosso do Sul. Um dos pontos é a proposta de investimento, que será R$ 154 milhões inferior do que o previsto pela Enersul. Segundo o interventor, Jerson Kelman, a empresa precisa receber R$ 900 milhões em investimentos.
Outro ponto polêmico foi o compartilhamento da estrutura entre as oito companhias do grupo. Para Kelman, a medida não se mostrou eficiente em outra oportunidade.
Conforme a proposta de recuperação, o saldo devedor dos empréstimos e financiamentos da Enersul em 30 de junho de 2013 era de R$ 571,5 milhões, dos quais 25% (R$202 milhões) vencem até dezembro de 2014.
Para diminuir o endividamento, a proposta é fazer uma nova dívida, cobrindo R$ 474 milhões. A Energisa vai investir R$ 1,1 bilhão nas oito empresas.