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Economia

Mesmo com aumento das exportações, saídas por portos de MS caem 16%

Contudo, volume exportado pelo sul do Brasil cresceu; em Paranaguá (PR) chegou a 40% a mais

Nyelder Rodrigues | 08/10/2021 07:55
Navio com contêineres sendo levados para a exportação, cena típica da exportação mundial (Foto: Divulgação/Semagro)
Navio com contêineres sendo levados para a exportação, cena típica da exportação mundial (Foto: Divulgação/Semagro)

O volume de exportações de Mato Grosso do Sul entre janeiro e setembro deste ano subiu consideravelmente se comparado ao mesmo período do ano passado, chegando a marca de 16%, mas a quantia que saiu do Estado por portos locais sofreu grande redução, conforme apontam dados do Ministério do Desenvolvimento.

Se em 2020 as saídas de mercadorias para o exterior pelo porto de Corumbá acumulou 2,3 milhões toneladas e 158 milhões dólares, em 2021 esse número vem se apresentando 8,9% menor, somando apenas 1,97 milhões toneladas e US$ 143,8 milhões.

Ainda no Rio Paraguai, mais à frente, em Porto Murtinho, as exportações apresentaram queda maior. Lá, a redução foi de 26,2% na comparação entre o atual período e o anterior. No ano passado, as saídas ali somaram US$ 123 milhões e 384 mil toneladas. Já neste ano, o valor foi de 90,7 milhões de dólares e 218 mil toneladas.

Somando as quantias de Corumbá e Porto Murtinho nas exportações sul-mato-grossenses, o Estado chega a 234,6 milhões de dólares exportados por portos locais em 2021, número que corresponde a 83,46% dos US$ 281,1 milhões exportados da mesma forma em 2020 - ou seja, houve uma queda de 16,54% dos valores de um ano para o outro.

O contraponto está nas comercializações para fora do País a partir de portos da região sul brasileira. Em em 2020 o valor exportado por Paranaguá (PR) somou US$ 1,5 bilhão e 3,7 bilhões de toneladas entre janeiro e setembro, neste ano é registrado um salto de 40,65% na quantia - já são 2,1 bilhões de dólares e 4,3 bilhões de toneladas.

Pelo porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, também houve alta considerável de 18,25% no volume exportado por Mato Grosso do Sul. Os 613,4 milhões de dólares que por ali saíram em 2020 se transformaram em US$ 725,4 milhões em 2021.

Já o famoso porto de Santos, que era a principal porta de saída dos produtos sul-mato-grossenses para os outros países, apresentou queda de 4,36% no valor que passou por ali e perdeu o posto para Paranaguá, diante de sua surpreendente alta.

No ano passado, foram 1,87 bilhão de dólares em exportações sul-mato-grossenses passando pelo porto santista, enquanto entre janeiro e setembro deste ano o volume que saiu do Estado para outra nação por ali é de 1,79 bilhão de dólares.

Balança Comercial - Conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, a balança comercial (índice obtido a partir da subtração do valor das importações sobre as exportações) de Mato Grosso do Sul registra alta de 16% na comparação os nove primeiros meses de 2021 e 2020. O valor neste ano chega aos US$ 3,6 bilhões.

Como é de praxe, o agronegócio é quem puxa a balança comercial para cima, tendo como principal comprador a China. Na cotação atual do dólar, que fechou ontem (7) em R$ 5,50, o valor representa R$ 19,8 bilhões. Isso foi alcançado graças à venda de volume correspondente à US$ 5,42 bilhões para o mercado internacional.

Compilados na Carta de Conjuntura nº 71 da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), os números apontam que a soja e a celulose são os produtos responsáveis pela alta.

No caso do grão oleaginoso, sua venda ao mercado externo correspondeu a 37,69% do total comercializado por Mato Grosso do Sul, enquanto a celulose ficou com 20,93% - número que deve aumentar quando a maior unidade de fabricação de celulose do mundo, da empresa Suzano, ser erguida e entrar em operação em Ribas do Rio Pardo.

Já com relação aos produtos que apresentaram aumento de valor exportado, destacam-se a carne bovina, com acréscimo de 27,93% em relação ao ano passado, e às carnes de aves -essas tiveram aumento de 28,5%. Outros produtos que tiveram bom desempenho foram os derivados da soja, que chegaram à marca de 56,29% a mais que em 2021.

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