Nem salada salva consumidor: tomate sobe 12,41% e Ceasa prevê mais reajuste
Um dos principais fatores relatados pelos comerciantes é a questão climática
Nem a alface e o tomate livram o consumidor de gastar menos no supermercado. Conforme dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os produtos aumentaram em janeiro, 2,53%; 12,41%, respectivamente.
RESUMO
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Os preços de produtos como alface, tomate e cenoura aumentaram em Campo Grande, segundo o IPCA e comerciantes locais. A cesta básica teve uma leve queda de 0,79%, mas continua cara. O clima, com calor e chuva excessivos, afeta a produção e aumenta os custos. Consumidores sentem o impacto nos preços e na qualidade dos produtos.
Em um mês, a cebola teve aumento de 4,03%; hortaliças e verduras no geral, 3,41%; tubérculo, raízes e legumes, 2,75%; e repolho, 12,41%.
O custo da cesta básica em Campo Grande teve queda discreta de 0,79% em janeiro, atingindo o valor de R$ 764,24, mas continua entre as cinco mais caras, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Na Ceasa MS (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), alguns produtos já subiram e outros já estão programados para reajuste.
Um dos principais fatores relatados pelos comerciantes é a questão climática: calor e chuva demais.
A gerente Du Galo Hortifrúti, Dirce Lauriane, explica que a cenoura é o produto que se perde mais rápido por conta do calor. No local, a caixa com 23 kg de tomate, custa R$ 150; e 20 kg de cenoura, R$ 70.
“A cenoura perde em minutos, saiu da terra ela tem que ser lavada, passar por todo o processo de higienização. Então, até chegar aqui, ser embalada, ela vem resfriada e aqui o que nosso clima é muito quente, e se perde muito rápido”, disse.
Já para o tomate, o problema é muita chuva, segundo ele. “O tomate como já é na terra, automaticamente alaga a roça, daí é onde ele estraga também. Então, vai cair do pé e vai estragar, ele murcha, não serve para venda mais”, completou.
O gerente da Berti Hortifrúti, Edebrand Bueno, também associa o aumento dos produtos à chuva. Na banca, a caixa com 20 kg de cenouras está R$ 60, mas já deve subir na próxima semana para R$ 70.
“A cenoura é o problema dessa época do ano, porque muita chuva com muito calor, ela começa a derreter dentro da terra, porque ela está úmida. Por causa disso, semana que vem já vai aumentar bastante, não vai ter jeito”, pontuou.
Na banca Santo Antônio, a caixa com 24 unidades de alface-crespa aumentou 57,1%, saindo de R$ 35 para R$ 55. A alface americana está custando R$ 50 com 14 unidades.
Cotidiano - A professora, Márcia Rodrigues, de 38 anos, estava saindo da academia onde malha na Mata do Jacinto. Ela conta que tem sentido bastante diferença nos preços.
“Está bem caro, tem que aproveitar aquele dia de oferta. Tomate, banana, anda muito caro. Estou sentindo diferença nas folhas, a alface está bem cara e não está tão bonita como antigamente. Antes a gente achava as folhas mais bonitas. Hoje está bem murchinho e o preço está maior. Então, está difícil”, ressaltou.
A psicóloga, Carolina Vendramini, e 45 anos, estava saindo do mercado, e disse que o preço tem impactado na rotina.
“O preço influencia na quantidade, acaba reduzindo ou não comprando o produto, e acaba comendo menos saudável. Tenho comprado menos”, relatou.
A aposentada, Ione de Lima, de 64 anos, também percebeu a mesma realidade. “Não é fácil, está aumentando, têm dias que o tomate está valendo ouro. Tem que comer, têm os filhos para comer, então tem que comprar”, finalizou.
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