“O mundo dos negócios parou”, diz vendedora sobre queda de aplicativos
Comerciantes sentiram redução de até 70% nas vendas com queda do WhatsApp, Facebook e Instagram
As vendas online ganharam forças por contra da pandemia de covid-19 em todo o país. O método, antes alternativo, acabou virando “regra” para muitos consumidores. Com a queda do WhatsApp, Instagram e Facebook, os comerciantes de Campo Grande tiveram dificuldades em manter as vendas nesta segunda-feira (4).
Por volta das 11h30 de hoje, a instabilidade, de causa ainda desconhecida, foi anunciada em todo o país, a partir daí, os internautas começaram a procurar redes alternativas para continuar se comunicando e reclamar da queda das outras plataformas. Mas gerente de loja de cosméticos, Kerla Maragon só ficou sabendo do problema depois de receber ligações de clientes.
“Está desesperador. Normalmente, não atendemos ligações, os negócios são feitos pelo WhatsApp. Fiquei sabendo do problema, porque os clientes estavam ligando e reclamando que não estávamos atendendo na plataforma. Liguei para o meu filho de 14 anos e ele me explicou da queda. Aí conseguimos até explicar para os clientes", contou Kerla.
Segundo ela, a loja em que trabalha hoje tem 20% das vendas feitas pelo aplicativo. “Na pandemia, ficamos mais dependentes da plataforma e hoje, o mundo dos negócios, nesse sentido das vendas, parou”, disse em tom de brincadeira.
Para Matheus Neves, 26 anos, que trabalha com venda de celulares, a queda dos aplicativos afetaram bastante o dia.
“Tem muita venda no aplicativo, muita gente ligou dizendo que mandou mensagens e não estava conseguindo atendimento, hoje, o Whats e o Insta são ferramentas importantes para a venda online”, falou.
Na loja de ferramentas do Ricardo Candido Pereira, 38 anos, a queda resultou num prejuízo de 70% das vendas. O comerciante trabalha com atendimento presencial, mas afirma que a maioria dos clientes procura os produtos pelo WhatsApp e Facebook.
“A gente tem o atendimento presencial, mas o comodismo de não precisar sair de casa fez as vendas online aumentarem. Tivemos uma redução de 70% hoje. Estamos na expectativa de que amanhã esteja tudo normal”, contou Ricardo, que é dono da Tekne Comércio e Representações.
Assim como ele, o gerente de uma loja de eletrodomésticos, Pedro Arrais dos Santos, 31 anos, sentiu a queda na demanda desta segunda-feira. Ao Campo Grande News, ele contou que a queda do WhatsApp afetou ainda toda a comunicação entre os funcionários.
“Hoje, o WhatsApp é o meio de comunicação mais usado dentro das empresas, cerca de 90% da empresa está na plataforma, porque ela é uma maneira rápida e direta de se comunicar. No meio das vendas, a maior parte da demanda vem do aplicativo e sem isso, o resultado enfraquece. Ao menos, 40% dos nossos clientes procura a loja pela plataforma e só vem até nós para pagar e buscar o produto”, afirmou Pedro.
No meio do atendimento, Michele Aguera, 44 anos, também sentiu a queda de 40% nas vendas de seu restaurante nesta segunda. O local funciona apenas no horário de almoço e a única plataforma online usada para pedidos é o WhatsApp.
“Estávamos em atendimento na hora da queda, precisamos continuar com os pedidos apenas por telefone. Muita gente deixou de fazer, porque acaba não tendo crédito no celular ou até mesmo porque não gosta de fazer ligações. Tivemos uma queda de 40% nas nossas entregas hoje e acredito que seja por conta do problema no aplicativo”, afirmou a dona do restaurante Xadrez.