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Economia

Para driblar crise, hotéis demitem 10% dos funcionários e reduzem preços

Liana Feitosa | 08/11/2015 09:34
No Exceler Plaza Hotel também ocorreram reduções e o índice chegou a 13% no começo do mês passado. (Foto: Gerson Walber)
No Exceler Plaza Hotel também ocorreram reduções e o índice chegou a 13% no começo do mês passado. (Foto: Gerson Walber)

A atual instabilidade econômica brasileira têm afetado o setor hoteleiro e gerado demissões em Campo Grande. Em alguns estabelecimentos, o índice de demissões chega a 10%, se for considerado o número de funcionários ativos em 2014.

Essa é a realidade dos hoteis Grand Park e Metropolitan, ambos na capital. Segundo a proprietária dos dois empreendimentos, Irma Maria Carré Pandolfo, houve redução de cerca de 10% do ano passado para cá, principalmente entre trabalhadores do setor de limpeza.

Ajustes - "Como o número de clientes é menor, fica mais fácil organizar escala de limpeza. Nós podemos, por exemplo, fechar todo um andar para higienização, enquanto outros andares continuam disponíveis", explica Irma.

No Exceler Plaza Hotel também ocorreram reduções e o índice chegou a 13% no começo do mês passado, em comparação com o número de empregados do ano passado, segundo a gerente de hospedagem Zulema Ledesma.

No entanto, há quem prefira criar mecanismos diferenciados na tentativa de manter o quadro de trabalhadores. Esse é o caso do hotel Jandaia, onde a opção foi redução de preços aos clientes.

"Não demitimos ninguém, preferimos reduzir preços para chamar mais atenção e atrair mais clientes. Optamos por procurar alternativas, a gente deixa de ganhar de certa forma, mas para não mexer. O desemprego já está muito grande e sabemos que logo a situação estará estabilizada", compartilha a executiva de contas do hotel, Luzia Assis.

Bons resultados - A decisão da empresa já rende frutos. Segundo ela, o início de novembro já apresenta aquecimento de 15% na movimentação do hotel em comparação com o mês anterior, outubro. "Esse número já dá otimismo, mostra que nós não devemos desacreditar. Às vezes você mexe numa outra área para não mexer com quadro de funcionários, mas não é fácil conseguir profissionais qualificados", detalha Luzia.

Para gerente geral do Novotel, Fabiano Dornelles, reduzir quadro de funcionários gera prejuízos, inclusive, ao cliente. (Foto: Gerson Walber)
Para gerente geral do Novotel, Fabiano Dornelles, reduzir quadro de funcionários gera prejuízos, inclusive, ao cliente. (Foto: Gerson Walber)

"A maioria dos setores do hotel funciona 24 horas, então tem que ter flexibilidade de horário, tem revezamento de horário, não é todo profissional que está disposto a enfrentar essa realidade, então vale a pena lutar pelo bom profissional. Todo mundo tem que se esforçar um pouco para minimizar as dificuldades em momentos como esse", completa.

Investir - A mesma decisão foi tomada pela diretoria do Novotel. De acordo com o gerente geral da empresa, Fabiano Dornelles, que há 15 anos atua no setor hoteleiro, reduzir quadro de funcionários gera prejuízos, inclusive, ao cliente. "Optei por não reduzir porque acredito que hotel é serviço e, no momento em que tiramos pessoas que prestam serviços para o hospede, você tira serviço do hospede. Nesse momento é preciso desenvolver outras habilidades", orienta Fabiano.

No caso do Novotel, além de não serem feitas demissões, foi contratado mais um profissional para o departamento comercial na tentativa de conquistar mais clientes. Com isso, o hotel conseguiu levar mais eventos para a unidade e, assim, equilibrar as contas.

Drible - "Houve necessidade de demitir, mas escolhemos manter os serviços. Se você demite, quando a situação da economia volta a melhorar você vai precisar contratar tudo de novo, então você rasga dinheiro por causa de rescisões, pagamento de férias, 13° salário", avalia.

"As crises sempre vão existir, então a saída é se planejar. Para janeiro, fevereiro e março, que são meses de bastante baixa (de ocupação) em Campo Grande, já estamos fazendo fundo de reserva", finaliza o gerente.

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