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Economia

Pecuária de MS teme que embargo dos EUA à carne gere reação em cadeia

Ricardo Campos Jr. | 23/06/2017 11:14
MS teme que decisão dos EUA possam motivar embargos de outros países (Foto: Marcos Ermínio)
MS teme que decisão dos EUA possam motivar embargos de outros países (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar de os Estados Unidos serem o destino de 0,34% das exportações de carne in natura sul-mato-grossense ao exterior, o embargo do país norte-americano aos produtos brasileiros pode influenciar outros mercados a fazerem o mesmo. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, tem receio de que a decisão coloque em xeque a qualidade do sistema de abates como um todo.

“O volume das exportações para os EUA é pequeno. Num primeiro momento, o impacto sob o ponto de vista quantitativo, não altera significativamente o mercado. O problema maior é o impacto subjetivo”, afirma.

Segundo ele, em 2016 foram exportadas 426 toneladas de carne do estado aos Estados Unidos. As vendas externas desse setor são lideradas pela China, com 20,93%, seguida pelo Chile, com 18,55%; Rússia (11,06%); Irã (7,32%); Egito (7,21%); Holanda (6,09%) e Arábia Saudita 4,69%).

Em Mato Grosso do Sul, conforme Verruck, existem cinco plantas credenciadas a enviarem produtos aos norte-americanos.

“Não estamos num bom momento, com queda de preço, de demanda e de exportação. Um fato como esse exige medidas rápidas e o Ministério já está agindo para reverter o quadro. Estamos acompanhando o Mapa e acreditamos que esse problema será logo resolvido”, afirma.

Medidas – O ministro da agricultura, Blairo Maggi, anunciou viagem aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra da carne in natura brasileira. O objetivo é restabelecer o mercado que na avaliação dele, em mensagem publicada nas redes sociais, é “tão importante” ao país.

Os fatos de desencadearam os embargos começaram em março com a operação Carne Fraca, que apesar de encontrar irregularidades em poucos frigoríficos, acabou maculando a imagem do setor.

A partir de então, o USSDA (Departamento de Agricultura americano) começou a analisar com mais rigor os lotes que desembarcavam nos portos estado-unidenses. Com isso, 11% de toda a carne bovina in natura brasileira foi rejeitada, quando a média global de embargo é de 1%.

O economista Aldo Barigose explicou ao Campo Grande News que coágulos causados como reação às vacinas foram encontrados nas inspeções, tendo motivado desconfiança das autoridades americanas.

“Frigoríficos normalmente cortam esse abcesso e descontam uma arroba do produtor que manda carne com essa reação, cerca de R$ 130. O momento é de alerta e tentar reverter esse processo, olhar para o sistema de produção, olhar para a industria que produz a vacina para reduzir esse abcesso, essa rejeição. A gente tem um caminho interessante a ser percorrido”, pontua.

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