Produtor que retardou plantio da soja teme prejuízo por falta de chuva
Os órgãos oficiais e técnicos do setor ainda não falam em perdas, mas os agricultores da região de Dourados, que retardaram o plantio da soja por causa da estiagem de outubro, já temem prejuízos na safra 2014/2015, principalmente devido a chuvas irregulares em dezembro e a estiagem ocorrida nas duas primeiras semanas de janeiro.
De 1º de janeiro até ontem a estação agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste tinha registrado menos de 15 milímetros de chuva. Hoje choveu 12 milímetros, mas ainda assim o acumulado no mês está muito abaixo da quantidade história de janeiro, que é de 160mm.
Entretanto, não é só a baixa quantidade de chuva que preocupa, mas também a precipitação irregular. Ricardo Fietz, agrometeorologista da Embrapa, informou ao Campo Grande News que até a manhã desta terça-feira as chuvas foram desparelhas.
“Para você ter uma ideia Dourados teve 15 milímetros de chuva até ontem, enquanto em Ponta Porã o volume deste mês já chega a 140 milímetros. A nossa estação em Rio Brilhante constatou 13 milímetros, enquanto a do Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia], que não fica tão longe, registrou 20mm, no mesmo município”, explicou.
Segundo o especialista, nas regiões onde choveu bem o agricultor está tranquilo, mas as lavouras localizadas em áreas em que não teve chuva certamente terão redução na produtividade.
Na região do Potreirito, localizada entre Dourados e Fátima do Sul, o calor dos últimos dias aliado à falta de chuva está castigando as lavouras de soja. Até às 16h de hoje tinha caído apenas uma garoa no local.
O presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), Luis Renato Peixoto Cavalheiro, disse que as perdas localizadas, devido à estiagem e altas temperaturas, serão inevitáveis. “Ainda não temos como mensurar, mas realmente existem perdas localizadas na região. A grande maioria das áreas está dependendo de condições climáticas favoráveis para terminar o enchimento de grãos, e se as chuvas não ocorrerem de forma satisfatória nos próximos dias poderemos ter perdas significativas na soja”, afirmou Cavalheiro ao Campo Grande News.