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Economia

Proteção não chega a entregadores e MPT vê categoria mais exposta à covid

Setor de aplicativos é o que mais preocupa procuradora-chefe do MPT, que vê abandono de trabalhadores à covid-19

Izabela Sanchez | 01/07/2020 12:33
Proteção não chega a entregadores e MPT vê categoria mais exposta à covid
Durante buzinaço que faz parte de movimento nacional, entregador exibe olhar desconfiado (Foto: Kisie Ainoã)

Das 17 parcelas da economia em Mato Grosso do Sul que são acompanhadas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) durante a pandemia, a que deixa os trabalhadores mais expostos é a de entregas por aplicativo. É o que afirmou nesta quarta-feira (1), Cândice Gabriela Arósio, Procuradora-Chefe da instituição.

Ela se juntou à Promotora de Saúde Pública Filomena Aparecida Depólito Fluminhan e ao Procurador da República Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves em coletiva para “clamar” à população da Capital e de todo o Estado para que adote as recomendações de saúde: ficar em casa se puder, usar máscara em todos os lugares fora de casa e distantes uns dos outros.

Se a curva do novo coronavírus continuar a crescer, disseram, a saúde pública e privada não aguenta e o colapso chega ao Estado em agosto.

Ficar em casa, ainda assim, não é para todo mundo. Para os "colaboradores" de aplicativo, a rotina envolve enfrentar frio e risco de vida com a infecção do coronavírus para que outras pessoas tenham comida, bebida e até compras de mercado, dentro de casa.

Para a procuradora chefe do MPT, os entregadores de aplicativo estão completamente desprotegidos. O setor mais responsável por contaminação em Mato Grosso do Sul, disse ela, é o da carne, mas ela alega que as medidas de segurança adotadas pelos frigoríficos para proteger os trabalhadores estão sendo feitas “a contento” após intervenção do MPT.

É o oposto com as empresas de aplicativo, que travam batalha na Justiça para provarem que não têm vínculo trabalhista com os entregadores. Nesta quarta ocorre protesto nacional dessa categoria, inclusive em Campo Grande, que pedem EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e mais ganhos já que são tão necessários nesse momento.

“São os trabalhadores por aplicativo [mais desprotegidos], muitas vezes o app não se responsabiliza e os trabalhadores desse setor ficam à mercê muitas vezes do vírus, porque precisam produzir. Seu trabalho é por produção”, disse ela, que citou “expedição de recomendações” às empresas.

Proteção não chega a entregadores e MPT vê categoria mais exposta à covid
De moto, eles fizeram buzinaço pedindo direitos trabalhistas nesta quarta (Foto: Kisie Ainoã)

Protesto - Paralisação por melhores condições de trabalho reuniu cerca de 35 trabalhadores que realizam entregas de moto para aplicativos em buzinaço no Centro de Campo Grande nesta manhã.

Entre as reivindicações, os manifestantes pedem aumento no valor mínimo por corrida e do quilômetro rodado, seguro por roubos e acidentes, "auxílio pandemia" e melhoria no diálogo com as empresas.

O ponto de encontro dos trabalhadores foi o Horto Florestal. De máscara e acompanhados por agentes da Polícia Militar de Trânsito, eles percorreram ruas do Centro e terminaram o ato na Praça do Rádio Clube. Para chamar atenção de quem passava, os manifestantes buzinaram durante todo o trajeto.

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