Quem vende água de coco tem "respiro" com fluxo no Parque das Nações Indígenas
Parque ficou fechado por sete meses e retornou a abrir os portões no dia oito deste mês
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Sete meses de portões fechados do Parque das Nações Indígenas fizeram com que vendas caíssem em até 90% para quem vende água de coco nas redondezas da área verde. Agora, com o fluxo de visitantes retornando aos poucos, vendedores dizem conseguir respirar novamente com menos dificuldade.
Enquanto entregava um pedido e preparava outro, Kelly Fonseca Tosta, de 44 anos, relatou que finalmente a movimentação no parque está aparecendo. A proprietária de barraca de água de coco diz que o fluxo de pessoas ainda é tímido, mas já é "melhor do que nada"
A gente chegou a vender 30% do normal e agora estamos voltando de pouco em pouco. Começa a dar algum alívio, mas ainda não é o mesmo movimento que teríamos fora da pandemia.
Com queda ainda mais exponencial, Djalma Moisés, de 49 anos, relata que as vendas caíram em 90% durante o tempo em que o parque não recebeu visitantes. “A gente até tinha os clientes fixos, mas são poucos. Não chega a ter uma boa representatividade”.
O vendedor conta que foram meses recebendo pouquíssimos clientes e tentando imaginar quando a rotina iria melhorar.
Precisamos do fluxo de entrada e saída dos portões, então ficou difícil. Ainda está bem lento porque o parque não abriu toda a estrutura, então estamos indo de pouco em pouco”.
Agora, a esperança é que com o retorno das atividades, a população volte a frequentar também o parque com maior intensidade. “Estamos pensando que pode melhorar sim, mas tudo com calma e sem certeza”.
Com a alegria voltando com as vendas para vendedores próximos às estradas do Parque das Nações, há quem esteja do outro lado da história. Donizete Acosta, de 60 anos, tem seu ponto de venda na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha e relatou estar perdendo dos clientes.
Eu tive uma alta de venda com os portões fechados porque os clientes ficavam por aqui, mas agora que abriu tudo de novo estou caindo nas vendas porque a movimentação volta para lá.
Sem conseguir imaginar o rumo da pandemia, Donizete diz que acredita em uma piora durante os próximos meses. “Mesmo com o coronavírus, o pessoal tende a viajar e esvaziar a cidade. O jeito agora é esperar e torcer para as vendas melhorarem de alguma forma”, diz.