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Economia

Safra reduz preço do álcool, mas queda ainda não chegou ao posto

Caroline Maldonado | 13/05/2014 11:16
O gerente Alex Suriano ensina a fazer as contas para saber se vale a pena abastecer com etanol (Foto: Marcos Ermínio)
O gerente Alex Suriano ensina a fazer as contas para saber se vale a pena abastecer com etanol (Foto: Marcos Ermínio)
Dalmir Jorge nem tem feito mais as contas, pede logo a gasolina (Foto: Marcos Ermínio)
Dalmir Jorge nem tem feito mais as contas, pede logo a gasolina (Foto: Marcos Ermínio)

O preço do etanol deve cair nos próximos dias, nos postos de gasolina, como reflexo da queda do preço nas indústrias, pois o período de safra da cana-de-açúcar começou no início de abril. É o que garante o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Holanda Filho. “Assim que secar o estoque das distribuidoras a queda no preço já pode chegar ao consumidor”.

A perspectiva do presidente da Biosul considera a queda no chamado preço de custo nas usinas, mas ele mesmo faz um alerta.  “Os valores dependem também do mercado, da concorrência entre os postos”, pondera.

Enquanto o preço não baixar, de fato, não tem acordo com o consumidor. Há três meses sem abastecer o carro com etanol, o analista de suporte, Dalmir Jorge, conta que já nem tem feito mais as contas, pede logo a gasolina. “Só compensa se o litro do etanol estiver custando um real a menos, mas faz tempo que não chega a isso”, afirma.

O gerente do Posto Milenio, Alex Suriano, ensina a fazer as contas para saber se vale a pena abastecer com etanol. “Divida o preço do litro do etanol pelo da gasolina. O resultado é o percentual de diferença entre os dois custos. Se esse percentual for maior que 70% já não compensa usar o etanol”, explica.

Alex deu o exemplo, usando os valores do preço hoje (12), nas bombas. O preço do etanol, que é de 2,199, dividido pelo valor da gasolina, que está 2,877,deu resultado de 0,76. Nesse caso, a diferença está em 76%. É o que informa a placa na parede do posto, para que o cliente possa escolher aquele mais compensa. A exposição dessa informação é obrigatória, de acordo com a lei n. 3755, de 2009.

O encarregado de supermercado, Guilherme Avalo, sabe da placa, mas conta que já nem se atenta mais a informação. “Faz uns três meses que essa diferença entre os dois combustíveis não passa de um real, por isso eu já nem olho mais a placa, nem faço as contas. Já peço logo a gasolina”, diz.

No interior do estado a situação é a mesma, de acordo com a empresária Marcela Ruela, que mora em São Gabriel do Oeste. “Eu tenho cinco carros da empresa, mas faz uns quatro meses que eu não uso etanol. Infelizmente, lá também está muito caro”, lamenta.

"Concorrência desleal" - O dono de um posto de combustíveis, que não quis se identificar, reclamou ainda da concorrência. “Nós estamos só no prejuízo, porque a concorrência é desleal, tanto quanto ao preço da gasolina quanto do etanol. Muitos postos vendem combustível sem qualidade, por isso fazem preços tão baixos. Muitos iriam presos se houvesse uma fiscalização rigorosa da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)”, desabafou. A agência não determina valores mínimos ou máximo para a venda dos combustíveis, por isso os preços ficam a critérios dos estabelecimentos.

Hoje (12), na Capital, o menor preço do litro do etanol é de R$ 2,03 e o maior preço chega a R$ 2,30. Enquanto, nos mesmos postos, a gasolina está R$ 2,88 e R$ 3,04, respectivamente. Essa informação é do site www.precodoscombustiveis.com.br.

Por lei, placa informa o percentual de diferença entre o preço do litro do etanol e da gasolina (Foto: Marcos Ermínio)
Por lei, placa informa o percentual de diferença entre o preço do litro do etanol e da gasolina (Foto: Marcos Ermínio)
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