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Economia

Sem Carnaval em fevereiro, ano só deve começar depois da vacina?

Comércio e turismo precisaram deixar estratégia em aberto e adiar planos

Tainá Jara e Bruna Marques | 06/01/2021 12:23
Apesar de movimento no comércio, empresários esperam por ano difícil (Foto: Henrique Kawaminami)
Apesar de movimento no comércio, empresários esperam por ano difícil (Foto: Henrique Kawaminami)

Adaptação, fidelidade de clientes e vendas remotas ajudaram negócios a sobreviver durante a pandemia, mas as expectativas são baixas em relação a 2021. Com a principal celebração do ano cancelada, o ano não “deve começar depois do Carnaval” para o comércio e o turismo e, sim, apenas depois da distribuição da vacina, na avaliação dos empresários.

Presidente da Abih-MS (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Mato Grosso do Sul), Marcelo Mesquita, prevê dificuldade no primeiro semestre do ano, nem tanto pela redução no fluxo de hóspedes em busca de lazer no período festivo, em 15 e 16 de fevereiro, mas pelo público corporativo.

Percebemos claramente que o maior público consumidor de hotel é o corporativo: empresas, bancos e associações de classe, com a realização de congressos e eventos, além dos executivos viajando. Vemos que isto ainda está parado. Só tem perspectiva de retomada de viagem a partir do momento da imunização”, destaca Mesquita.

Os comerciantes devem continuar enfrentando período de instabilidade, inclusive com a chance de haver novas restrições diante do aumento de casos de covid-19 nos últimos meses. “Fica praticamente impossível fazer um planejamento estratégico para se quer dois meses”, afirma o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila.

A esteticista, Fernanda Domingos, 39 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
A esteticista, Fernanda Domingos, 39 anos (Foto: Henrique Kawaminami)

Adaptação e proteção divina – Entre os consumidores e comerciantes da região central de Campo Grande, a estratégia é viver um dia de cada vez.

A esteticista, Fernanda Domingos, 39 anos, afirma que enfrentou dificuldades nos negócios no início da pandemia, no ano passado, porém, a situação melhorou com a flexibilização das medidas de biossegurança. “Na área que trabalho não teve crise. Pelo contrário pude proporcionar para minhas clientes segurança em cada atendimento. Tivemos de nos adaptar a uma nova realidade”, explicou.

Gerente de loja, Wilkes de Paula, 28 anos (Foto: Henrique Kawaminamo)
Gerente de loja, Wilkes de Paula, 28 anos (Foto: Henrique Kawaminamo)

Apesar do pouco impacto na renda, ela não vê mudança de cenário tão cedo e se prepara para caso tenha de adiar a inauguração do seu espaço, prevista inicialmente para julho deste ano. “O que eu reparo é que as pessoas não têm consciência diante de tantas mortes e tanta tragédia. Muitas não estão nem aí para nada. Não estão se cuidando”.

Gerente de loja, Wilkes de Paula, 28 anos, avalia que a migração de 70% do atendimento para ambiente online ajudou o negócio a se manter. “Nós começamos o ano muito bem. Muitos clientes vindo e comprando. O nosso plano de metas do mês está sendo atingido normal. No meu ponto de vista, o ano vai começar independente da vacina”, afirmou

A dona de casa, Nelci Lopes, 59 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
A dona de casa, Nelci Lopes, 59 anos (Foto: Henrique Kawaminami)

Há também que não acredite na eficácia das vacinas em negociação para serem distribuídas. Para dona de casa, Nelci Lopes, 59 anos, a pandemia não mudou a rotina de quem só sai de casa para ir à igreja.

“Tem que se agarrar em Deus. A pandemia está amarrada em nome de Jesus. Que vacina é essa que com dois meses ficou pronta. É ilusão. Para mim o ano já começou, quem crê em Deus vive. Quem não crê morre logo. Isso é uma peste que veio para matar mesmo. Uma maldição”, acredita.

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