Temperaturas prejudicam plantação de milho e queda já chega a 33%
Produção de milho da 2ª safra no Estado pode ser até 33% menor comparado à projeção inicial feita pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja). Anteriormente, a expectativa de produção chegava a 9,5 milhões de toneladas do grão. Entre os fatores, a questão climática foi predominante nesta retração.Os números foram apresentados pela entidade nesta sexta-feira (17).
“Tivemos três situações que causaram grandes impactos nas lavouras durante essa 2ª safra. No início do ano, as chuvas estenderam o período de colheita da soja e, por isso, atrasaram bastante a semeadura do milho”, contextualiza Christiano Bortolotto, presidente da Aprosoja/MS.
Por conta desses fatores climáticos, o presidente da Aprosoja/MS, afirma que muitas áreas deixaram de ser plantadas e outras foram plantadas com muito atrasado, o que consequentemente gera perdas.
“Além disso, no mês de abril, houve um período de estiagem que ultrapassou 20 dias. Essa realidade gerou perdas de plantas em estágio reprodutivo, que precisavam de água para o desenvolvimento”, explica.
Entre as regiões mais atingidas, a Sul teve destaque devido as recentes geadas. Dos 751 mil hectares que abrange 13 municípios, aproximadamente 208 mil foram perdidos. Além disso, outros seis municípios da região centro-sul do também foram atingidos por baixas temperaturas.
“As geadas congelam as folhas verdes da planta, que para de realizar fotossíntese e morre. Como consequência, a espiga não evolui mais, às vezes nem produz mais grãos ou produz grãos sem peso”, diz.
O levantamento do Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), desenvolvido pela associação mostra que a safra 2015/2016 permanece em 1,740 milhão de hectares de área plantada de milho, porém, este número agora chega a 6,3 milhões de toneladas.
Além disso, a estimativa de produtividade média também teve retração, saindo de 68 sacas por hectare para 59,9.