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Economia

Universidade pode perder Fies e alunos ameaçam deixar curso de Medicina

Liana Feitosa | 18/02/2015 10:49
Polêmica envolve estudantes do curso de Medicina (Foto: Arquivo Campo Grande News)
Polêmica envolve estudantes do curso de Medicina (Foto: Arquivo Campo Grande News)

A Universidade Anhanguera-Uniderp pode perder contrato com o MEC (Ministério da Educação) e deixar alunos de Medicina sem o auxílio do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) no pagamento da mensalidade da instituição que supera os R$ 10 mil.

O ministro da Educação, Cid Gomes, anunciou recentemente mudanças nos critérios utilizados pelo MEC para a concessão do Fies às universidades particulares do país. Entre as novas regras está a concessão do fundo somente às faculdades que reajustaram mensalidades em até 6,4%.

Prazo está acabando - O problema é que, segundo alunos e advogados que representam os estudantes, o curso de Medicina reajustou valores em 10%, um aumento acima da inflação e que esbarra em outras definições do ministério.
O MEC quer que as instituições de ensino justifiquem seus aumentos, apresentando planos de custos e planilhas.

Esses documentos, inclusive, também foram solicitados pelo Procon/MS há 13 dias, no último dia 5, para que seja investigado possível abuso na cobrança da mensalidade da universidade, como já foi noticiado pelo Campo Grande News.

A Anhanguera-Uniderp tem até o dia 21, final desta semana, para cumprir a solicitação. Enquanto isso, estudantes de Medicina continuam apreensivos com o futuro acadêmico deles.

Ano perdido - A estudante Andressa Freire, do 3º semestre de Medicina, estuda na Uniderp desde o ano passado graças ao Fies. No entanto, caso a universidade não baixe o custo da mensalidade e, por isso, perca o Fies, esse período de estudos pode ser totalmente perdido.

"Nossa mensalidade é uma das mais caras do país e, mesmo com os descontos dados pela universidade, esse valor excede a quantia dada pelo Fies. Se a Uniderp não baixar a mensalidade para continuarmos tendo o Fies, vou precisar desistir do curso porque não tenho condições de pagar", conta.

Abrir mão do curso - Trancar ou transferir a matrícula não está entre as opções. Segundo Andressa, o aluno precisa ter concluído os estudos de, pelo menos, 20% da carga horária, porcentagem ainda não cumprida, já que ela acaba de concluir o primeiro ano da graduação.

"Com certeza a maioria dos alunos da minha sala vai acabar desistindo. Vou perder esse um ano que estudei e voltar para o cursinho até conseguir passar em uma universidade pública", completa.

Mas Andressa garante que ela e outros acadêmicos vão recorrer à Justiça. "Contratamos 100% do Fies porque não tínhamos condições de pagar pelo curso. Se essa opção foi oferecida pra nós, a universidade precisa se pronunciar", considera.

"Procurei a Uniderp, mas os funcionários estão todos perdidos, pediram para esperar até o fim dessa semana. Disseram que os alunos que já tinham Fies não serão prejudicados, mas nada foi confirmado", finaliza.

Outro lado - A universidade Anhanguera-Uniderp foi procurada pelo Campo Grande News, mas afirmou que não irá se pronunciar sobre a situação até que o MEC anuncie oficialmente as mudanças nas regras de concessão do financiamento.

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