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Economia

Valor da arroba cai e pecuaristas de MS seguram bois na espera por melhora

Renata Volpe Haddad | 23/05/2017 12:37
Preço da arroba em queda faz com que pecuaristas segurem os bois no pasto. (Foto: Famasul)
Preço da arroba em queda faz com que pecuaristas segurem os bois no pasto. (Foto: Famasul)

Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul têm segurado lotes de gado no pasto, devido ao preço da arroba que está baixo desde o começo do ano. A situação piorou depois da delação da JBS, que expôs o pagamento de propinas e desencadeou mais uma crise no setor, depois da operação Carne Fraca, que aconteceu em março deste ano.

O JBS abate 50% dos lotes de bovinos no Estado e os produtores não estão confiantes com a atual situação, deixando de negociar com os frigoríficos por causa da crise. O cenário se agrava com a aproximação do inverno, onde os pastos devem secar, sendo que os pecuaristas vão gastar mais com insumos, como milho, farelo e sal, que estão com os preços mais altos.

De acordo com o pecuarista e economista João Pedro Cuti Dias, que participa do Confinar em Campo Grande, para que o mercado possa reagir, é preciso que a cadeia, incluindo empresários, pecuaristas e governo, retomem os negócios. "Vários frigoríficos fecharam as portas há dois anos e este é o momento de reabrir e atender o mercado regional. Não podemos esperar uma reação do JBS, é preciso fazer alguma coisa e acho que tomar a frente e reabrir esses frigoríficos, o cenário com certeza vai mudar", afirma.

Dias informa que o preço da arroba da vaca em Mato Grosso do Sul, está abaixo do que está sendo negociado em Paragominas, cidade situada no Pará. "No nosso Estado o valor da arroba está em R$ 115 e em Paragominas é negociado a R$ 119 e isso é um absurdo, já que estamos ao lado do maior centro consumidor do Brasil que é São Paulo". Neste mesmo período do ano passado, a arroba da vaca era negociada a R$ 125.

Segundo o pecuarista e diretor do programa Novilho Precoce, Rafael Ruzzon, este período do ano é o momento em que mais tem oferta de bovinos, mas os pecuaristas estão segurando o gado no pasto. "Ainda não dá saber como o mercado deve ficar, mas como os frigoríficos estão pagando os lotes a prazo, os pecuaristas estão sem confiança, segurando os negócios", comenta.

Quem pode segurar a venda, agora está é a recomendação. "Ainda está chovendo no Estado, o que sinaliza que o pasto está bom e quem pode segurar o boi no pasto, essa é uma recomendação, esperar o mercado se acalmar. Quem precisa vender, deve comercializar o mínimo que puder e esperar o mercado se ajustar, porque a tendência é melhorar", explica.

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