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Economia

Visando a agricultura familiar, pesquisa avalia campos para plantio de feijão

Mariana Rodrigues | 16/06/2015 18:29
Essa análise, encerrada no ano passado, contou com a avaliação de diversas linhagens em comparação a cultivares considerados padrões. (Foto: Alceu Richetti/Embrapa)
Essa análise, encerrada no ano passado, contou com a avaliação de diversas linhagens em comparação a cultivares considerados padrões. (Foto: Alceu Richetti/Embrapa)

De olho na agricultura familiar, os tipos de solo e as diversas cultivares de feijão, a Embrapa Agropecuária Oeste, realizou pesquisa em cinco campos espalhados pelo Estado. Há ensaios representativos em praticamente todas as regiões, entre elas se destaca a Fazenda Itamaraty, na região de Ponta Porã - distante a 323 km da Capital, que possui uma área extensa para o plantio do grão.

Segundo o pesquisador Marcio Akira Ito, os locais escolhidos foram estratégicos, a Fazenda Itamaraty, por exemplo, apresenta demanda tanto para a geração de renda quanto para a parte econômica. "Até o ano passado, o assentamento apresentava 3 mil hectares de plantio de feijão, o que é considerado uma boa área, uma vez que o Estado possui apenas 20 mil hectares", diz. Akira conta que a safra passada não foi boa para os produtores do assentamento Itamaraty, pois a comercialização dos grãos foi considerada ruim.

Outro campo destacado por Akira é o de Aquidauana, por apresentar condições diferentes dos outros. Com 147 metros de altitude, ele comenta que é preciso mandar ensaios que aguentem o calor da região.

Akira cita que entre os resultados obtidos de cultivares, a BRS Estilo, é a que vem se destacando em comparação as outras, pois é moderadamente resistente a antracnose e ferrugem, além de se posicionar em diversas regiões de Mato Grosso do Sul.

O pesquisador explica que são avaliadas diversas linhagens em comparação a cultivares considerados padrões, e realizados ensaios de cultivares/linhagens de feijão carioca comum (ciclo normal - médio, semi-precoce), de feijão carioca precoce (ciclo precoce) e ensaios chamados de TAL (Teste de Adaptação Local). "Estão sendo avaliados cultivares comerciais e algumas linhagens de feijão carioca e preto com relação a adaptabilidade às condições climáticas de Mato Grosso do Sul", explica.

Carlos Ricardo Fietz, pesquisador que também faz parte do projeto, entre os resultados obtidos, a conclusão segundo o pesquisador Carlos Ricardo Fietz, é que para minimizar a deficiência hídrica, semeaduras em março são mais favoráveis que em janeiro, mas têm risco similar às realizadas em fevereiro.

"Considerando temperaturas altas, semeaduras na segunda quinzena de fevereiro e início de março são mais recomendadas e para minimizar o risco de geadas, semeaduras em janeiro e fevereiro são mais indicadas", explica Fietz.

A pesquisa foi realizada em quatro épocas de semeadura, uma indicada pelo zoneamento agrícola para MS, no dia 15 de janeiro deste ano, e outras três fora de recomendação, nos dias 5 e 25 de janeiro e 15 de março. A análise foi feita com dados meteorológicos da estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste (de 1980 a 2013).

Após esses ensaios em várias regiões do Estado, os pesquisadores chegaram a conclusão que, com base em três fatores de risco climático, a recomendação é semear o feijão-comum de segunda safra na segunda quinzena de fevereiro no sul de Mato Grosso do Sul.

Além do Assentamento Itamaraty, são realizados ensaios em Dourados no campo experimental da Embrapa Agropecuária Oeste; Itaquiraí, na Fazenda Dom Francisco - Copasul; Aquidauana, no campo experimental da Uems; e Selvíria, campo da Unesp, de Ilha Solteira. "Provavelmente no final deste ano será realizado também um ensaio em Chapadão do Sul, na área da UFMS no município", conta o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.

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