Alunos comemoram retorno presencial e reencontros na sala de aula
Ainda enfrentando medidas de biossegurança, alunos retomam as aulas na Rede Estadual
No retorno às aulas da Rede Estadual, a expectativa é de retomada da rotina mais próxima do normal, 100% presencial, mesmo que ainda dentro dos protocolos de biossegurança. Entre os alunos, a principal motivação é reencontro dos colegas e o fim das aulas on-line.
Hoje, retornam às aulas cerca de 190 mil alunos de 348 unidades escolares de 79 municípios.
Na Escola Estadual Rui Barbosa, no Bairro Santo Antônio, os alunos fizeram fila indiana para entrar na instituição. Na porta, aparelho de aferição de temperatura, tapete sanitizante e uma funcionária com álcool em gel que repetia o mantra. “Cuidado, gente, olha o distanciamento.”
Para Ana Karolyna Araújo, 15 anos, tudo era novo. Residente na Vila Popular, foi transferida este ano para escola e, mesmo tendo que enfrentar ambiente desconhecido, achou esse desafio muito mais fácil do que as aulas on-line. “Eu acho que não aprendi praticamente nada, aproveitamento de 25%, bem pouco”, disse.
A estudante admitiu que não sentiu falta das aulas. “Eu não estava com saudade de voltar a estudar, não conheço quase ninguém da nova escola, mas só de estar presencial, é bem melhor”, disse a adolescente.
Bárbara Centurião Moreira, 15 anos, já é veterana na escola, onde estuda há 3 anos e hoje, começa o 1º ano do Ensino Médio. “Já estava cansada de ficar em casa”, disse, explicando que, além da distância dos amigos, pesou o ensino on-line. “Quando estamos presencial, os professores explicam melhor, você entende mais fácil do que em casa.”
Bárbara entende que ainda é período de manutenção das medidas de biossegurança, mas já projeta futuro mais fácil. “Espero que meus colegas sigam todas as normas para que possamos tirar a máscara em breve e voltar a ser como antes, estou esperançosa que vai ser um ano melhor.”
A mesma esperança foi citada por Rafael Gomes dos Santos, 15 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio. “O que mais me fez falta durante este período foi a convivência de ter presença dos professores, dos colegas”, avaliou. “Acho que isso foi a pior parte, ficar em casa.”
Rafael, vacinado, acredita que logo a vida deve voltar ao normal. “Acho que já está na hora.”
Na porta da escola, também não faltou tietagem. Elias Teixeira, 62 anos, e a esposa, Ivonete Teixeira, 46 anos, estavam no carro, deixando as filhas de 13 e 15 anos na escola estadual.
Orgulhosos, filmavam a entrada das meninas na escola, que os ignoravam solenemente. “A gente filma desde que elas começaram a estudar, mas agora mudou, antes, elas não tinham vergonha”, disse, sorridente. “Hoje, para elas, isso é mico.”
Ivonete também estava animada com a volta das meninas às aulas. “É bom poder começar logo, para vida voltar ao normal, ficaram muito tempo em casa presas, não sentem tanta confiança em estudar em casa e elas adoram essa escola”, disse. Além disso, também citou o retorno à vida social, a convivência com os amigos.