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Educação e Tecnologia

Estudantes protestam contra mudança para ensino integral em colégio no Parati

Além na mudança do tipo de ensino, alunos reivindicam melhores condições na estrutura do colégio

Jhefferson Gamarra e Cleber Gellio | 30/11/2021 13:18
Alunos segurando cartazes durante a manifestação. (Foto: Paulo Francis)
Alunos segurando cartazes durante a manifestação. (Foto: Paulo Francis)

Estudantes da Escola Estadual Maestro Heitor Villa Lobos, localizada no Bairro Parati, em Campo Grande, organizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (30), contra a mudança da unidade de ensino para escola de tempo integral a partir de 2022. O ato teve adesão da maioria dos alunos, que alegam que a medida foi anunciada de maneira repentina por parte da SED (Secretaria Estadual de Educação).

A principal queixa do estudante Luiz Victor Ramos, 17 anos, um dos organizadores do protesto, é em relação à logística para o remanejamento dos alunos para outras unidades, principalmente, no caso, daqueles que trabalham no contraturno escolar, como é o seu caso, que no período matutino, cursa o 2º ano do ensino médio e no período da tarde, trabalha em um supermercado.

Estudante Luiz Victor Ramos, um dos organizadores da manifestação. (Foto: Paulo Francis)
Estudante Luiz Victor Ramos, um dos organizadores da manifestação. (Foto: Paulo Francis)

“Não somos contra escola em tempo integral, desde que haja estrutura necessária, como por exemplo, outras unidades mais próximas que possa atender os alunos”, explica o estudante.

A iniciativa do aluno em organizar a manifestação em prol da comunidade escolar é apoiado pelo pai, Luiz Carlos Ramos. “Eu acho boa essa atitude. Quando ele veio falar comigo, eu disse: ‘Vai fundo que o pai te apoia'. A gente percebe que as escolas estaduais estão passando a ser tempo integral, como iremos fazer com os alunos que passam pela mesma situação de trabalho e estudo como a dele? Será que não tem como manter algumas com os três períodos?”, sugere o responsável pelo organizador da manifestação.

Além da mudança no período, o estudante Kaio Henrique Souza, 16 anos, que também cursa o segundo ano do ensino médio, protesta contra a estrutura física da unidade de ensino, que possui diversas problemáticas a serem resolvidas.

“Aqui, não tem estrutura necessária para virar tempo integral. A gente percebe que até em questão de limpeza é complicado. Tem pombos na cozinha, os bebedouros, um está totalmente danificado e outro não gela, muitas vezes, não tem alimentação para todos, temos noticias que no período da tarde muitas vezes não tem lanche”, comenta o jovem.

Mato que toma conta do pátio da escola, relatado pelos alunos. (Foto: Paulo Francis)
Mato que toma conta do pátio da escola, relatado pelos alunos. (Foto: Paulo Francis)
Informativo na porta da biblioteca, que de acordo com os alunos, não fuciona há muito tempo. (Foto: Direto das Ruas)
Informativo na porta da biblioteca, que de acordo com os alunos, não fuciona há muito tempo. (Foto: Direto das Ruas)

Os problemas na estrutura da unidade de ensino são apontados pelos demais alunos que protestam vestidos de preto. De acordo com eles, recentemente, a escola passou por uma reforma onde foram trocados os portões e feito uma pintura.

“A escola tem um monte de goteiras, a quadra que apesar de coberta, molha em dias de chuva, não tem biblioteca, nem laboratórios, o mato está alto dentro e fora da escola, tem fios soltos, instalaram ar em todas as salas, porém só alguns funcionam normalmente”, citaram os alunos ao serem questionados pela reportagem.

Procurada, a SED (Secretaria de Estado de Educação) confirmou que a unidade faz parte do grupo de 36 unidades escolares que passam a integrar o Programa Escola da Autoria, a partir do próximo ano, com a oferta do Ensino em Tempo Integral.

De acordo com a secretaria, a inclusão da escola se deu após uma série de análises e estudos sobre as ofertas de ensino na região e foi comunicada em outubro deste ano, após conversas com a equipe que faz parte da gestão da escola. A mudança foi informada antes da abertura do período de matrículas, iniciado no último dia 16 de novembro.

Ainda segundo a pasta de Educação, os alunos que desejarem a transferência para outra unidade escolar e seguir na modalidade parcial, devem procurar a central de matrículas da Rede Estadual de Ensino, com direito a prioridade na escolha de outra escola.

Atualmente, a rede estadual possui 98 escolas em tempo integral no Estado. A partir de 2022, esse número passara para 134.

Estudantes reunidos no pátio da escola. (Foto: Direto das Ruas)
Estudantes reunidos no pátio da escola. (Foto: Direto das Ruas)


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