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Educação e Tecnologia

Indignada, mãe expõe rejeição de escola privada a filho autista de 4 anos

Segundo ela, colégio mentiu ao negar vaga à criança de 4 anos de idade

Lucia Morel | 14/07/2021 19:00
Cristiane com o filho e o marido. (Foto: Arquivo pessoal)
Cristiane com o filho e o marido. (Foto: Arquivo pessoal)

Mãe de um menino autista de apenas 4 aninhos, a enfermeira Cristiane Andrade Braz, de 28, passa por uma situação que entristece. Na tentativa de matricular o pequeno em escola privada perto de casa, ela deu de cara com a negativa da instituição, no entanto, afirmando que não há vagas na turma quando na verdade, o colégio o está rejeitando.

Entre 2019 e 2020, o pequeno começou a estudar no Colégio João Batista, localizado na Rua da Divisão, bairro Parati. Até então, a família não tinha o diagnóstico de autismo e a escola nunca a informou sobre alguma alteração comportamental ou dificuldades no desenvolvimento da criança.

No entanto, a mãe notou atraso na fala de Maurício e começou investigar a razão. Teve então que buscar laudo do colégio que indicasse algo que apontasse para o autismo e foi quando a psicopedagoga da escola laudou a criança como autista.

“Eles fizeram um laudo indicando sinais de uma criança autista e foi então que questionei porquê nunca haviam me falado nada, mas acabei deixando pra lá”, comentou Cristiane.

Maurício continuou na escola, mesmo sem acompanhamento específico para suas limitações até que no começo da pandemia, no ano passado, com aulas remotas, ela acabou tirando o filho do colégio. “Não valeria a pena”, contou.

Há dois meses, no entanto, ela buscou o colégio novamente para matricular o filho no Jardim II e foi informada que não havia vagas. Ontem, com a chegada das férias escolares e a possibilidade de desistências, procurou novamente e a resposta foi a mesma.

O problema é que duas amigas de Cristiane e até o próprio marido, sem se identificar, entraram em contato com a escola pedindo vagas para a mesma idade e período, e a resposta, para surpresa da mãe, foi positiva: havia vagas.

“Eu fiquei bem irritada. Eu achei estranho não terem vagas, porque sempre via propaganda deles avisando de vagas abertas”, lamentou, lembrando que no último contato, ontem, a atendente, de pronto, perguntou se a vaga seria para o Maurício. “Ela sabia quem era meu filho”.

De um lado, conversa da mãe com a escola e do outro, a da amiga. (Foto: Reprodução)
De um lado, conversa da mãe com a escola e do outro, a da amiga. (Foto: Reprodução)

Para Cristiane, caso a escola não quisesse ou não tivesse condições pedagógicas de receber a criança, ela afirma que até entenderia, mas o que houve foi uma mentira e no entendimento dela, para que o filho não estudasse lá, por ser autista.

“Hoje já não quero mais essa escola para meu filho, mas quero deixar exposta essa situação para que nenhuma mãe passe por isso que estamos passando”, ressaltou, inclusive nas redes sociais.

A reportagem entrou em contato com a escola, à tarde, mas ninguém atendeu. Pelo Whatsapp, a mensagem enviada por volta das 18 horas, também não obteve retorno.

Lei Federal 12.764 de 2013 estabelece a inclusão de pessoas autistas no ensino regular e destaca que negar a matrícula é proibido.

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