Enquete: 94% dizem que não encontram remédios na rede pública de saúde
Leitores relataram falta de medicamentos em diversas regiões de Campo Grande
A enquete do Campo Grande News desta segunda-feira (27) perguntou aos leitores se eles acham todos os medicamentos receitados quando são atendidos na rede pública. Quase que por unanimidade, 94% responderam que não. Apenas 6% responderam que encontram os medicamentos.
Nas redes sociais do jornal, a leitora Daysa Keiko comentou que faltam medicamentos em unidades de saúde de várias regiões da cidade. "Lugar nenhum tem medicamento, nos postos, UPA e até no CEM. Toda vez que vou tenho que comprar. Até o sulfato ferroso que é pra gestante tive que comprar".
A leitora Valmira Pires Ribeiro expõe que além de remédios, também faltam profissionais de saúde para atender. "Nem remédio e nem médicos! Nos UBS dos bairros não tem nada. É um caos a nossa área da saúde". De acordo com Mariana Ramos, a UPA do Universitário está sem farmácia há quatro anos. "Tem uns quatro anos que no UPA Universitário nem farmácia tem".
De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, em fevereiro a Rede Municipal de Saúde tinha mais de 85% do estoque de medicamentos abastecido. O motivo das “faltas pontuais” é a indisponibilidade do produto ou matéria-prima no mercado, estagnação no processo de compra devido a pedidos de realinhamento de preço, bem como o não cumprimento do prazo de entrega por parte do fornecedor.
Em 2022, o CRF (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) chegou a recomendar a manipulação de medicamentos e receitas em estabelecimentos credenciados, como forma de conter o desabastecimento de medicamentos essenciais ao cuidado à saúde, em todos os níveis de atenção.