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Cidades

Produção filmada em MS é favorita no Festival de Veneza

Redação | 01/09/2008 15:14

A produção ítalo-brasileira "BirdWatchers", que foi toda filmada em Dourados, foi aplaudida em sua primeira sessão de imprensa hoje no 65º Festival de Veneza e já é cotada como uma das favoritas ao Leão de Ouro, prêmio máximo da mostra competitiva.

De acordo com o site UOL, o filme despontou como "um filme que merece estar na seleção, que merece ser chamado realmente de bom". Co-produzida pela Gullane Filmes e dirigido pelo chileno radicado na Itália, Marco Bechis, a obra trata o atual drama dos índios brasileiros guarani-kaoiwá, divididos entre tradição e as influências dos brancos, aliado aos conflitos por terras.

Tanto a exibição do filme quanto a entrevista coletiva do diretor e atores foram concorridas. Cinco índios protagonistas da produção participaram da apresentação. A atriz indígena Eliane Juca da Silva sensibilizou os jornalistas ao falar de forma emocionada sobre a situação do índio brasileiro.

"Eu me sinto muito triste porque nossas lideranças morrem, morrem muitas crianças desnutridas, não tem mais rio. A gente quer oportunidade para nossos jovens, que são iguais a vocês. Somos humanos. A gente tem pensamento, cultura, raça e língua, a gente quer oportunidade para crescer na vida", disse, pedindo para que os espectadores acreditem no que relata o filme, que apesar de ser uma ficção, não é mentira.

O filme conta com a participação do ator Matheus Nachtergale, de atores italianos e de cerca de 300 figurantes selecionados na região.

Para Bechis, o filme trata de assunto delicado, mas que pode ser resolvido com a interação entre os dois povos. "A minha esperança é grande, pois estou convencido que eles têm as idéias bem mais claras do que nós sobre como devemos viver na Terra. Tenho esperança de que transmitam para nós essa esperança. Eles são os outros, e na Itália o outro dá medo. Não temos curiosidade em relação aos outros, como eles têm curiosidade em relação a nós. Se não houver essa troca, para nós brancos não haverá mais vida". (Com informações do site UOL)

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