1ª Copa Quilombola de MS reúne seis comunidades e promove integração
Seis povos competiam em campo, sendo que dois deles levaram times femininos
Seis comunidades de Mato Grosso do Sul se enfrentaram no campo de futebol society, do Clube Estoril, neste sábado (14), na Copa Nacional Quilombola. A competição é uma iniciativa do Ministério da Igualdade Racial, com apoio da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e que está sendo realizada no Estado pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS).
Para que a etapa estadual acontecesse, a Fundesporte trabalhou lado a lado com a Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, ligada à SEC (Secretaria Estadual de Cidadania). Eles comunicaram e explicaram a iniciativa para as 22 lideranças, algumas não puderam participar por questões logísticas, mas têm a intenção de participarem das futuras.
“Hoje temos modalidades femininas e masculinas, sendo seis equipes masculinas e duas femininas participando. É o primeiro, mas com isso outras comunidades já estão se mobilizando, continuando com o projeto no próximo ano, outras despertaram o interesse e com certeza vai se fortalecer”, diz a subsecretária de Igualdade Racial, Vânia Lúcia Batista Duarte.
Entre as jogadoras, está a Elaine Matheus Teodoro, de 37 anos, que vive na Furnas de Boa Sorte, no município de Corguinho, a 99 km de Campo Grande. Ela diz que eventos como esses mostram ao Poder Público que os grupos quilombolas estão mobilizados no esporte e querem ser participativos.
“Às vezes, por ser uma comunidade quilombola, é tão difícil a gente ter recurso para trabalhar, para fazer aquilo que a juventude precisa. Eles sonham com a quadra, com um gramado melhor. Isso aqui mostra, principalmente para os governantes, para as pessoas que fazem a gestão pública, que há uma comunidade precisando ser olhada com mais atenção para a questão do esporte”, defende.
Com instrumentos nas mãos e já rouca de tanto torcer, a professora Flávia da Silva Ferreira, de 38 anos, na Furnas dos Baianos, que ficam no distrito aquidauanense de Piraputanga, a 141 km da Capital, compartilha que aquele era um momento nostálgico e importante para a história da sua comunidade.
“A cultura do futebol sempre fez parte da nossa comunidade. Lá tinha os torneios do Corrido das Antas, tinha até concurso de beleza relacionado ao futebol. A gente está relembrando, revivendo esse momento. Para mim a família é muito importante porque já faz parte da nossa cultura e estava esquecido”, conta.
A torcida animada é reflexo do nível técnico no campo. Segundo o motoboy Vinícius dos Santos, 24 anos, atacante do time Tia Eva, o nível da competição está alto e todos entraram para ganhar, além de toda relevância étnica que está sendo representada.
“Para gente é uma importância muito boa, estar conhecendo comunidades novas. A única comunidade que a gente conhecia, que a gente tinha proximidade, que a gente frequenta, é a Furnas do Dionísio. Estamos com outros povos, outros quilombos, Isso é bacana. A expectativa dentro do campo tá boa, vieram todos com muita vontade de vencer. Tá bacana a competição e espero que continue por mais anos”, termina.
Após os resultados, os times ganhadores competem na etapa Centro-Oeste e, por fim, competem na etapa Nacional, marcada para acontecer em dezembro.
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