Com críticas à falta de gestão no futebol, Dilma assina MP das dívidas
A presidente Dilma Rousseff assinou nesta quinta-feira em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, a Medida Provisória que trata da renegociação das dívidas dos clubes de futebol com a União, estimadas em R$ 4 bilhões.
A MP determina que os clubes terão de publicar demonstrações contábeis padronizadas e auditadas por empresas independents, pagar em dia todas as contribuições previdenciárias, trabalhistas e contratuais, incluindo direito de imagem, gastar no máximo 70% da receita bruta com o futebol professional, manter investimento mínimo e permanente nas categorias de base e no futebol feminino, não realizar antecipações de receitas previstas para mandatos posteriores, a não ser em situações específicas, adotar cronograma progressivo dos déficits que deverão ser zerados a partir de 2021, respeitar todas as regras de transparência previstas no art. 18 da Lei Pelé.
Como contrapartida da renegociação, as dívidas deverão ser pagas de 2% a 6% nos primeiros 36 meses e saudadas de 120 meses a 240 meses. Os clubes que desrespeitarem as regras poderão ser rebaixados de divisão e todos que praticarem gestão temerária serão responsabilizados.
Em seu discurso, Dilma fez fortes críticas ao modelo de gestão do futebol brasileiro. Segundo ela, o Brasil ainda é um celeiro de craques, mas que a falta de organização e os problemas na gestão do esporte fizeram com que o futebol praticado no país ficasse muito abaixo do que espera o torcedor.
"Infelizmente o Brasil exporta os artistas, quando deveria exportar o espetáculo, como fazem os europeus", concluiu Dilma.
A presidente chegou ao evento acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e George Hilton (Esporte), além dos pentacampeões do mundo em 2002 Dida e Cafu e do vice-presidente da República, Michel Temer.