Governos usam competições como vitrines e incentivos a novos atletas
Open de Vôlei de Praia foi um dos grandes eventos esportivos trazidos à Capital para gerar “legado de imagem” e incentivar surgimento de novos talentos
A passagem pelo Circuito Open de Vôlei de Praia por Campo Grande, encerrada neste domingo (25), foi considera um sucesso pelas instituições parceiras do evento, que já trabalham com a perspectiva de repetir a dose em 2019 e, ainda, investir para que a Capital se mantenha no circuito de grandes eventos esportivos nacionais. Algo que, como consequência, ajudará no estímulo, formação e aperfeiçoamento de novos talentos.
“(A etapa) ficou dentro da expectativa: um nível técnico altíssimo, com as melhores duplas do país jogando a etapa e um bom público”, afirmou Radamés Lattari, CEO e diretor de Seleções e Competições da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei). Confiante na tese de que o Brasil segue entre as potências do vôlei, na quadra ou na areia, ele aponta que torneios como este servem para atrair e incentivar os praticantes.
“Competições como esta trazem frutos. Amanhã, vai ter muita criança querendo jogar vôlei de praia, assim como no dia seguinte a jogos da seleção de quadra aumenta o número de inscritos em escolinhas e busca de locais para a prática. E, claro, é preciso cursos para atualização de treinadores e dirigentes atuantes”, destacou, citando ainda o incentivo à prática de Educação Física nas escolas como um ponto de partida para o ingresso no esporte e confirmando conversas com prefeitura e governo para o retorno do Open em 2019.
“Poucos Estados conseguem trazer o Open, e conseguimos três anos consecutivos”, destacou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), reforçando tratativas para a competição voltar no ano que vem. Ele também avalia que a presença de atletas de alto rendimento serve de inspiração para quem deseja começar no esporte e, no caso do Estado, destaca que a Bolsa Atleta e o Bolsa Técnico são um meio de incentivar quem começa a se destacar nas competições.
“Acabam sendo um apoio aos atletas de alto desempenho, para treinarem e galgarem posições e chegarem a esse nível”, destacou o governador, que, antes desta etapa, ressaltou a importância de escolinhas de base darem oportunidades para o surgimento de novos talentos.
“Legado de imagem” – Reinaldo confirmou conversações com a CBV para a realização de mais eventos em 2019, incluindo a reinauguração do Guanandizão (que passa por revitalização). A obra foi citada por Rodrigo Terra, diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal do Esporte de Campo Grande), entre outras ações que pretendem, de um lado, colocar a Capital no cenário nacional, ao mesmo tempo em que instigam o surgimento de novos atletas.
“A prefeitura tem desenvolvido políticas para captação de grandes eventos esportivos. O Open é um deles, que ajudam no legado de imagem, isto é, na oportunidade de fazer Campo Grande cenário dessas competições. Foi assim com a Copa Truck, a Stock Car e a Light, o Mercedes Challenge”, explicou Terra, reiterando que essas competições, assim como os brasileiros de Motovelocidade e de Motocross, entre outras, estão em negociação para retornarem à cidade. “É uma política de atuação, não uma coincidência”.
Incentivo – O diretor-presidente explica que a realização de grandes eventos também ajuda ativar a economia e melhora a infraestrutura para o esporte, criando espaços para a prática “para quem está começando”. “E esses atletas de elite servem de espelho para os mais jovens”, emendou Terra. Ele salienta que, enquanto os governos federal e estadual ficam responsáveis pelo suporte a competidores de alto rendimento, cabe ao município cuidar da iniciação esportiva e do aperfeiçoamento, dando condições para o surgimento de novos talentos.
“Desenvolvemos políticas de incentivo à formação e aperfeiçoamento de atletas por meio de centros de treinamentos que criamos dentro de um plano municipal”, explica o diretor da Funesp. Terra afirma que, diferente da Saúde ou da Segurança Pública, para as quais há fundos e verticalização das políticas a partir da União, no Esporte as iniciativas partem do município, que busca parcerias com outras esferas.
Tais contatos permitiram, por exemplo, a revitalização do Guanandizão e a construção do Centro Olímpico do Aero Rancho, cuja pista servirá para a formação no atletismo. Tais estruturas se somam ao Cefat (Centro de Formação de Atletas, dedicado à ginástica), Cemte (Centro Municipal de Treinamento Esportivo, com espaço para esportes aquáticos, voleibol e basquete, além de esportes de contato) e outros parques (futebol masculino e feminino) contemplam diferentes esportes coletivos.