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Empresa no centro de polêmica vendeu shows que agitaram MS

Anahi Zurutuza, Silvia Frias e Adriel Mattos | 31/05/2022 06:00
Gusttavo Lima durante show no Estádio Morenão, em Campo Grande. (Foto: Algustto Albuquerque)  
Gusttavo Lima durante show no Estádio Morenão, em Campo Grande. (Foto: Algustto Albuquerque)

Os donos do show – Polêmica da segunda-feira (30), a One7, administradora de fundos de investimentos que, junto com outras duas empresas do setor, recebeu aporte de R$ 320 milhões do BNDES (Banco Nacional e Desenvolvimento Econômico e Social), em dezembro do ano passado, era a “dona” de dois shows feitos pelo sertanejo Gusttavo Lima em Mato Grosso do Sul neste ano. A empresa é cotista do Four Even, fundo que comprou todas as apresentações que o artista vai realizar até o fim de 2022. O pacotão é de 192 shows, incluindo, portanto, os já realizados em Campo Grande e Ponta Porã.

Portfólio – A One7, como detentora de fatia do Four Even, também é “dona” das agendas de outros artistas que já se apresentaram em Mato Grosso do Sul, em 2021 e 2022, como César Menotti & Fabiano, o conjunto Sorriso Maroto, Clayton e Romário, além dos DJs Dubzdogs e Vintage Culture.

Como funciona? – O Four Even adianta o pagamento dos espetáculos para os artistas, com desconto, e depois, embolsa o valor cheio pago pelo contratante dos shows. E foi esse o ponto do debate. Declaradamente bolsonarista, Gusttavo Lima se tornou o garoto propaganda do modelo de negócio, do qual participa a empresa que também recebe recursos do banco estatal. Além disso, denúncias de contratações das apresentações do cantor feitas com dinheiro público vieram à tona nos últimos dias e alavancaram, por exemplo, a hashtag “CPI do Sertanejo” nos trending topics no Twitter.

Barraco - No quesito harmonia, o Carnaval em Campo Grande nunca chegou a alcançar a nota 10. Já é tradição o quebra pau durante a apuração das escolas de samba e, este ano, não foi diferente. Além da confusão, acusações de favorecimento no resultado contra o presidente da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas), Alan Catharinelli, continuam movimentando as redes sociais.

Baixaria - Catharinelli recebeu áudios e foi alvo de postagens, sendo acusado por integrantes de agremiações de favorecer a Deixa Falar, que sagrou-se campeã em 2022. Isso porque ele já fez parte da escola no passado. Indignado com o falatório, pediu que a diretoria das escolas fizesse com que os difamadores pedissem desculpas, sem sucesso. Também se injuriou com o tumulto durante a apuração - “Aquilo foi uma baixaria” – e, por isso, ameaça renunciar ao cargo no dia 15 de julho, prazo dado até que preste contas dos gastos ocorridos com o desfile.

Chacoalhada – O secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro de Castro Filho, deu “chacoalhão” em vereador Tiago Vargas (PSD), que vem criando confusões ao fiscalizar unidades de saúde. A bronca veio depois de o parlamentar, durante a audiência pública de prestação de contas do 1º quadrimestre de 2022 da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), confrontar o secretário. “Não sei como um cara desses está na secretaria. Viaja mais para Brasília que visita as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). O senhor é incompetente e deveria sair do cargo”, disparou.

Bateu, levou – Castro Filho ignorou as ofensas e pediu que Vargas respeitasse os servidores ao visitar as unidades de saúde. “Acredito que o senhor já tenha um extenso material para sua campanha. Apenas peço humildemente que o senhor respeite os trabalhadores da saúde. Poderia ter a educação de procurar a gerente, que é a autoridade máxima da unidade. Ela sim que deveria lhe dar voz de prisão”, disse.

Cuidado – O secretário prosseguiu e pediu que o vereador reflita ao fazer os vídeos de suas visitas aos postos. “Esse tipo de comportamento não nos preocupa. No entanto, a saúde merece respeito. O senhor acha que tem direito de fazer vídeo em ambiente que se expõe o sigilo médico e a intimidade dos pacientes, gostaria que o senhor desse esse respeito à população que o elegeu”, concluiu, sob aplausos.

Advertência – O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), não defendeu a atitude do colega, mas pediu respeito entre Executivo e Legislativo. “Não vamos tolher o mandato de nenhum vereador. Cada um tem um jeito de fazer seu mandato. Os excessos que existem são fora do plenário. Posso até ser contra algumas coisas, mas vamos buscar o diálogo. Ser gestor público não é fácil, e as dificuldades existem. Se as brigas acontecerem, quem perde é a população”, comentou.

Girl power – A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência, representou a bancada federal na assinatura do convênio de R$ 33 milhões para pavimentação de ruas de Campo Grande. Ela aproveitou a oportunidade para elogiar a prefeita Adriane Lopes (Patriota). “Fico alegre em vê-la, mulher, atuante, jovem e guerreira comandando os destinos da capital do meu estado”, exaltou. Já a prefeita desejou sorte à Simone na disputa pelo Palácio do Planalto. “Gostaria de desejar muito sucesso na sua jornada. Temos muito orgulho em tê-la como pré-candidata do Mato Grosso do Sul”, afirmou.

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