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Arquitetura

Cansada da rua de terra, Maria levou todo jardim para fachada

Morando no bairro há 30 anos, a dona de casa brinca que o quintal se tornou coletivo

Aletheya Alves | 17/05/2023 07:46
Fachada de casa vem recebendo cada vez mais plantas no Jardim Itamaracá. (Foto: Aletheya Alves)
Fachada de casa vem recebendo cada vez mais plantas no Jardim Itamaracá. (Foto: Aletheya Alves)

Morando no Jardim Itamaracá há 30 anos, Maria Aparecida de Jesus se cansou de ver as ruas de terra chamando atenção no bairro e resolveu levar seu jardim para a fachada de casa. Sem ciúmes com as plantas, o quintal se tornou coletivo e todos os dias cresce um pouco mais.

“Tenho essas plantas de decorar, tenho coisa medicinal, terramicina mesmo faz sucesso”, conta a dona de casa. Por ficarem na esquina da Rua Joana Maria de Souza com Deocleciano Dias Bagagem, os vasos coloridos e folhagens realmente chamam atenção.

Até porque enquanto as outras casas guardam suas plantações no interior das construções, Maria continua espalhando as suas. “Eu não tenho ciúme mesmo, tanto que um monte de gente pede mudinha e eu dou. Não pode ser diferente, eu também consegui tudo assim”.

Sem ter comprado nenhum ramo, a moradora explica que foi construindo seu jardim com ajuda de vizinhos e durante suas viagens. Já os vasos foram criados por ela, sem gastar nenhum dinheiro para o projeto.

Vasos foram feitos por Maria com cimento e pisos que havia em casa. (Foto: Aletheya Alves)
Vasos foram feitos por Maria com cimento e pisos que havia em casa. (Foto: Aletheya Alves)

“Eu tinha cimento em casa, aí peguei alguns panos e comecei a fazer alguns vasos. Tenho outro que meu filho cortou os pisos e me deu, eu fiz um molde e deu certo também. Algumas pessoas vendem, mas eu faço para ter onde colocar minhas plantas mesmo”, explica.

Comentando que o bairro já foi muito mais precário e violento, a moradora narra que ninguém nunca levou suas plantas ou mexeu nos vasos. “Aqui, hoje, até que é tranquilo. Quando a gente chegou que era complicado”.

Voltando para 30 anos atrás, ela comenta que além da falta de asfalto que permanece, as ruas não tinham iluminação e apenas alguns poucos vizinhos. Na época, ela e o marido haviam deixado o Interior para tentar uma vida melhor em Campo Grande.

Gosto pelas plantas é respeitado por vizinhos, como conta a moradora. (Foto: Aletheya Alves)
Gosto pelas plantas é respeitado por vizinhos, como conta a moradora. (Foto: Aletheya Alves)

“Meu marido trabalhava construindo casa e conseguiu um emprego aqui. Então, a gente veio e não foi embora mais. O bairro era difícil, foi bastante complicado no início, mas conseguiu melhorar aos poucos”, narra Maria.

E, enquanto o esposo trabalhava fora, ela passou a cuidar de crianças. Com isso, comenta que houve tempo para continuar gostando das plantas que havia se conectado ainda em Aquidauana.

Com um ritmo diferente, Maria explica que o Interior não se compara à Capital no sentido de estilo de vida, apesar de Campo Grande não ser tão movimentada quanto outros grandes centros.

Mas, ainda assim, é possível garantir as conversas com os vizinhos em frente de casa e manter o pequeno jardim na esquina sem que ninguém reclame.

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