Celi diz que “não pode ver um pau na rua” que transforma tudo em arte
Uma das pessoas mais bem-humoradas do Jockey Club, Celi é marceneira cheia de criatividade aos 54 anos
Com uma ideia na cabeça e pedaços de madeira de demolição nas mãos, Celi Félix se juntou à criatividade para transformar os seus dias dentro e fora de casa. Com humor incomparável, ela brinca que “não pode ver um pau na rua” que faz de tudo para transformar a estrutura em arte. Foi assim que ela se tornou uma marceneira reconhecida no Jockey Clube, em Campo Grande.
A residência é tomada por móveis e decorações feitas de madeira. Tem casinha de boneca até mobiliário para qualquer ambiente da casa. Tudo espalhado pela varanda, jardim e cômodos. São oito anos nessa pegada de produção que ela não abandona. Não é à toa que ela já mudou a paisagem do jardim 13 vezes nos últimos oito anos.
Tudo começou em um período que estava sem fazer nada e procurava uma ocupação para se distrair. “Sou uma virginiana louca pela natureza, então queria fazer algo que me motivasse. Foi quando encontrei uma pessoa que mexia com madeira de demolição e aquilo me encantou”, lembra.
Não demorou muito para Celi se debruçar nas pesquisas e vídeos sobre o uso da madeira de demolição. Começou sua produção por vasos de plantas e hoje vende móveis de diferentes tamanhos.
“Eu não podia ver uma casa com madeira velha que ficava enlouquecida. Eu comecei a catar madeira na rua. Já peguei até pau queimando, isso mesmo, eu apaguei o fogo que estava numa madeira e a levei para casa. Depois ela virou uma lanterna linda”.
O diferencial no trabalho hoje está na beleza de cada peça, que Celi considera única. “Cada madeira tem sua história, sua pintura e suas texturas. Então nenhum móvel fica igual ao outro. Além disso, todos eles ficam com acabamento leve, embora sejam rústicos, eles cabem em qualquer espaço e estilo de decoração”, acredita.
Além disso, ela busca falar aos clientes a história de cada madeira quando se recorda. “A tinta que tem nos meus móveis é da história das pessoas, do tempo que essa madeira ainda era uma casa, e isso torna cada peça especial”.
E para tornar a oferta de móveis mais atrativa, ela usa e abusa do bom humor. Nas redes sociais está sempre sorrindo e fazendo piada. “A concorrência não aguenta, com ‘nóis’ você pode sentar que aqui o pau aguenta”, diz em um dos vídeos bem-humorados que ela publica em seu Instagram.
Aos 54 anos, ela diz que é essa a alegria que a faz se sentir mais viva. “Gosto muito de mim, gosto de estar comigo, adoro viajar na maionese e sair do normal através do meu trabalho. Detesto gente que quer colocar regras na minha vida. Sou feliz assim”, encerra.
Quem quiser conhecer o espaço de Celi, o endereço é Rua das Hortencias, 300, Jockey Club.
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