Cozinha de hostel é “estante” de lembranças guardadas por uma vida
Casa de Adriana foi aberta como “guest house” e proprietária sentiu o mundo indo ao ser lar
Unindo quadros, objetos e lembranças guardadas durante toda uma vida, a arquiteta Adriana Graeff transformou sua cozinha em uma “estante” com peças cheias de cores e memórias. Somando narrativas da proprietária às dos hóspedes há cerca de oito anos, a casa de décadas vai sendo atualizada de tempos em tempos.
Localizada na Vila Glória, o hostel que funciona como “guest house” é realmente a casa de Adriana. Comprada por seu pai há cerca de 40 anos, a construção foi repensada para receber o mundo quando a arquiteta decidiu retornar para o endereço.
Com toques pessoais espalhados por todos os cantos, ela detalha que devido à pandemia, os atendimentos haviam sido paralisados, mas agora o momento é de retorno. Ainda assim, a cozinha continuou guardando histórias.
De quadros até móveis construídos pelo avô, Adriana narra que cada canto do espaço foi tomando sua própria forma. E, sem um projeto para decoração, o local ficou ainda mais charmoso.
Fazendo um tour rápido por cada objeto, a responsável pela casa comenta que a estante amarela integra as produções do avô. “Ele fez essa estante para a casa, era marceneiro. O armário marrom também é dele, acho uma graça”.
E, na estante colorida, os objetos vão desde um conjunto de copos da mãe até uma forma antiga de waffles. “Esse conjunto de copos e jarros que minha mãe ganhou de presente de casamento, tem um molde antigo que o pessoal usava para fazer waffles em forno a lenha no Sul”.
Tendo sido modelo na juventude, Adriana comenta que algumas peças foram trazidas de viagens a trabalho e também guardam parte de sua trajetória como um mini busto vindo da Angola.
Além dos objetos familiares, a decoração também evoca memórias envolvendo hóspedes que passaram pelo lar.
“Jonir Figueiredo deu uma oficina no 26 de Agosto e me deu um trabalho de aluno que havia ficado por lá. Meu primeiro hóspede francês era o retrato dessa estátua. Ele tinha um chapéu de gnomo e só um saquinho preto plástico, era uma figura muito interessante. Não queria nada além do que fosse extremamente necessário”, comenta Adriana.
Nas paredes, há uma mescla de artistas e os potes expostos em um móvel aberto completam o cenário de lar com mais histórias. “Tenho um presépio também que está na minha família desde sempre, então costumo deixar ele aqui, bem à vista”.
Observando tudo e contando sobre o que vê na casa, Adriana pontua que o mais interessante, no fim, são as pessoas. “Eu sou um guest home, recebo mesmo as pessoas na minha casa e é uma troca cultural muito grande. Acho que isso é o melhor”.
Mesmo tendo apenas dois quartos, ela comenta que o fluxo de pessoas é interessante e, agora, se prepara para ir mudando aos poucos o espaço. “Estou retomando porque deu bastante certo, então vou atualizando o espaço”.
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