Da madeira às telhas, casa é lembrança de Taveirópolis sem rua
Aos 65 anos, Regina nasceu dentro do lar e nunca soube como é morar em outra casa
“Quando meus pais construíram aqui, não tinha rua e nem vizinho direito. A gente viu tudo mudar”, resume Regina Scaquete Cacerez. Resistindo à passagem do tempo, o lar em que nasceu mantém as mesmas madeiras e telhado, sendo uma lembrança de quando não só o bairro, mas a cidade toda era diferente.
Quem olha o terreno amplo e as marcas do tempo deixadas pelos pisos, sabe que a casa de Regina viu muita coisa. Inclusive, o nascimento dela e de seus irmãos quando o parto ainda era comumente feito dentro dos quartos.
Hoje, a estrutura é preservada tanto por ela quanto pelas filhas, que continuam se apaixonando pelo estilo de casa que parece ter vindo de um sítio. “Eu falo para elas que se quiserem vender, precisam esperar eu partir primeiro. Mas minha mais velha garante que todas amam isso aqui, acho que são as lembranças de uma vida toda”, conta Regina.
Construída há cerca de 68 anos, o lar foi um dos primeiros a colorir a atual Rua Rodolfo Andrade Pinho. E, puxando na memória, a proprietária narra que quando era pequena via as pessoas passando apenas por trilheiros.
“Demorou muito tempo até que a prefeitura fizesse os lotes, colocasse uma rua mesmo. Mais ainda para a energia elétrica chegar e todo o restante também, tudo mudou muito nesse tempo”.
Aos 65 anos, ela explica que durante todo esse tempo, nunca pensou em se mudar do lar que acabou se tornando um recanto da família. E, conforme os anos passam, a vontade de aproveitar cada vez mais o sossego de casa aumenta.
Mais do que um espaço preservado, Regina comenta que as lembranças vão para além da evolução da cidade. Isso porque as árvores e plantas, por exemplo, foram deixadas por sua mãe, assim como o amor.
Com cadeiras de balanço, várias janelas espalhadas e um quintal extenso, a fuga do movimento urbano conseguiu ser realidade na casa. E, orgulhosa de manter tudo funcionando, a proprietária explica que todos que entram ali sentem a boa energia.
“Minhas filhas vêm aqui todos os dias, amam, e quem vem de fora, amigos, outras pessoas, ficam apaixonadas. Falam que parece que entram em outro espaço, é especial mesmo”, completa.
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