Em casa de marceneiro, do portão à mesa, tudo é construído em família
Lucilandro e Silvana se conheceram no colégio e a vida toda moraram no Bairro Nossa Senhora das Graças
Uma casinha simples, mas das charmosas, chama atenção de quem passa no bairro Nossa Senhora das Graças. Com portão que parece coisa de boneca, janelas caprichadas de madeira, e uma portinha no estilo, os detalhes remetem a um cantinho bem rústico, com cara de fazenda.
O marceneiro Lucilandro Souza Alves, de 46 anos, foi quem arregaçou as mangas, em prol do lar dos sonhos de sua família. Em um ano, construiu a casa de Silvana Afonso Lima, sua esposa, Aline Lima Alvez, Liz Nayara Lima e Christian Lima há 15 anos. Hoje, os pais moram só com a caçula, Aline.
Lucilandro diz que na infância chegou a morar um tempo em chácaras, junto aos pais, e talvez por isso o resgate desse estilo de construção na mente. Outra memória muito forte que ele tem foi de ter visto uma casa na cidade, num bairro desses chique, que trazia esses elementos em sua fachada. "Pensei que poderia combinar com a gente e foi o que fiz aqui", conta.
Um amigo dele foi quem sugeriu: "Faça a casa em alvenaria", por ser mais fácil de construir. Lucilandro pegou umas dicas com ele e, na cara e na coragem, saiu pra comprar os materiais necessários. Na época, trabalhava em uma marcenaria e usava o dinheiro do vale para fazer essas aquisições. "Dividia em três vezes, ficava uns três meses sem comprar, apertado, e ia na loja de novo".
Para dar conta de tudo, o paizão trabalhava de segunda a segunda, nos feriados e fins de semana. "De vez em quando um amigo e outro vinham ajudar, mas a maioria do trabalho foi meu. Em um ano a gente se mudou pra cá e já estava tudo certinho. Fiz a porta sob medida e as janelas também".
O casal morou no bairro a vida inteira e, inclusive, se conheceu no colégio. "A gente começou como amigo e depois foi se apaixonando. Nos conhecemos faz muito tempo, eu e e ele", diz a esposa. Hoje, além de casados, eles trabalham juntos, produzindo decks e pergolados, ele afrente do serviço pesado e ela como atendente.
Por isso, a família enche a boca pra falar que não precisa dessas coisas de artigo de segurança. "Aqui é muito tranquilo. Nesse tempo todo que moramos aqui nunca aconteceu nada! Tanto é que se você for ver a gente não tem cerca elétrica, por exemplo".
Pela varanda, não é difícil notar que a família toda trabalha com madeira. A extensa mesa que dá boas vindas a quem chega foi feita por eles, assim como as outras mesinhas menores distribuídas por ali.
Para deixar tudo perfeitinho, Lucilandro diz que quer dar uma reformada na casa e que pretende fazer um pergolado para colocar as orquídeas de Silvana, e uma roseira ao centro dele. "Mas pra isso eu vou ter que tratar o cupim que está na terra, caso contrário essas plantas vão todas morrer. É como dizem né, casa de ferreiro, espeto de pau", brinca ele.