Em estúdio no quintal, arquiteta economiza usando natureza e mistura de estilos
A proximidade com o verde chega a atrair periquitos e tornam o ambiente confortável e aconchegante
Quando decidiu abrir um estúdio, a arquiteta e paisagista Ludmila Vasco, de 28 anos, queria economizar o tanto quanto pudesse, sem deixar de criar um espaço único e que fosse aconchegante. A solução encontrada, então, foi manter a natureza o mais presente possível no projeto.
Hoje, ela tem um escritório que causa encantamento nos visitantes por ser tão integrado a um quintal verde, com mais de 30 tipos de plantas, e trazer ainda uma arquitetura simples mas estilosa.
O estúdio, que fica no bairro Jardim Autonomista e foi aberto ano passado, foi montado onde antes havia apenas uma garagem para carros e um vasto quintal. A estrutura de galpão foi toda mantida. Para economizar, ela não trocou nem as telhas. "O madeiramento é o mesmo, as telhas também, só forrei com forro de madeira. A estrutura também é toda aparente".
O piso é de cimento queimado, outra forma de economizar, sem deixar de ser coerente com a proposta. "Quis dar um aspecto de galpão mesmo". Na parede, ela usou o amarelo, para refletir a claridade que entra pelas imensas portas de vidro. "Escolhi o vidro para deixar a luz entrar e ter esse contato próximo com a natureza. Assim, também usamos pouca iluminação elétrica e a ventilação é ótima, não temos nem ar condicionado".
No banheiro, a torneira foi trocada por um cano, e a pia por um tacho. "Dá esse estilo rústico, e foi outra forma de poupar". E no mobiliário e decoração, aproveitou vários móveis de sua casa antiga.
O estúdio acabou ficando simples mas muito confortável. "É um espaço contemporâneo, não tem um estilo específico. Tem vários elementos diferentes", explica a arquiteta. E o quintal é a grande atração para os clientes que o visitam. "Todo mundo entra e leva um susto, ficam muito surpresos. Ninguém imagina um local de trabalho assim. E praticamente todos dizem que queriam trabalhar aqui", conta.
Natureza - Atualmente, o espaço é dividido com as arquitetas Taynara Kalachi, 29, e Letícia Chamorro, 25. Elas contam que sempre trabalharam em escritórios fechados, entre paredes de concreto, com pouco contato com a natureza e o ambiente exterior. Agora, a experiência está sendo muito diferente. "A gente vê o dia, vemos o clima, o sol, a chuva, o pôr do sol. É muito menos estressante", define Letícia.
Até uma dúzia de periquitos passou a fazer parte do cotidiano, se tornando praticamente alguns dos clientes mais assíduos. "As vezes estamos trabalhando, e paramos um pouco para acompanhar os periquitos. São doze que vêm aqui", relata Taynara.
O gramado tem pés de pitanga, figo, goiaba, jabuticaba, tangerina, acerola, manga, ameixa, amore, limão, abacaxi, boldo e até orquídeas. São mais de 20 tipos de plantas, além das 11 frutíferas, tudo no espaço de 250 m².
Para Ludmila, a qualidade de vida e o bem-estar aumentaram consideravelmente, já que elas passam quase o dia todo no ambiente, trabalhando, de olho nas plantas de arquitetura e nas plantas do quintal. "É aconchegante. Na hora do almoço mesmo, a Letícia vai na sombra da árvore, para deitar", exemplifica.
A experiência também expandiu as habilidades e interesse pela área de paisagismo, especialmente no caso de Ludmila. "É algo que eu não era muito ligada, mas que já estou trabalhando mais na área, ganhei muito interesse. Até porque os clientes pedem muito".
Para fazer o jardim, ela explica que gastou cerca de R$ 1000. A reforma total ficou em torno de R$ 45 mil, um valor satisfatório pelos bons resultados, ela avalia. "Para construir, ficou um bom valor, ainda mais pelo tamanho desse espaço".
O próximo passo das arquitetas é mexer na fachada do lugar, plantar algumas árvores na calçada, colocar mais verde logo na entrada, além de continuar alimentando e atraindo os periquitos e tantos outros pássaros até insetos que se aconchegam no quintal e estúdio. "Dá um pouco de trabalho, mas vale muito à pena", finaliza Taynara.
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