Em meio às dificuldades, pesquisa segue para história da 14 de Julho não morrer
Em julho deste ano o Lado B mostrou que 42 edifícios históricos da Rua 14 de Julho receberão em suas fachadas placas com QR Code para que as pessoas tenham acesso instantâneo à história completa das construções. Ontem (27), durante reunião com a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), a pasta exibiu como estão as pesquisas que vão alimentar a plataforma.
Sem todos os patrimônios e suas respectivas histórias em mãos, a pesquisa caminha para que parte da trajetória de Campo Grande “não morra”, diz arquiteto Fernando Batiston que lidera o trabalho.
Segundo ele, apesar das pesquisas bibliográficas, documentos antigos, análises comparativas de fotos e entrevistas com colaboradores, o levantamento histórico dos bens não é tarefa fácil. “A memória de Campo Grande está se perdendo, especialmente a memória testemunhal. As pessoas mais antigas, por exemplo, só se lembram com clareza da década de 60”.
Fernando também cita a ordenação como um fator de dificuldade. “Antigamente, a ordenação desses bens foi feita para atender a prefeitura. Então, hoje, é muito difícil encontrar com rapidez todas as fases daquele patrimônio. Além disso, atualmente, nós só conseguimos tirar a certidão centenária de um imóvel, mais do que isso não há registro. Por isso, a história vai se transformando conforme provas ao longo do tempo. A história nunca acaba”, explica o arquiteto.
A ação faz parte do ‘Reviva Campo Grande’ que requalificou a 14 de Julho desde a Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso. E a intenção do projeto é que todo o material pesquisado seja disponibilizado em uma linguagem acessível para todos. “O nosso objetivo é evidenciar a história da Rua 14 de Julho, contribuir para interação da comunidade e aumentar os vínculos da comunidade, uma vez que ao criar identificação, cria-se também o gosto pela preservação”, ressalta o arquiteto.
Dentro das pesquisas, Fernando mostrou algumas curiosidades como o edifício de 1938 que foi um armazém famoso e pertenceu ao avô de Almir Sater, o prédio muito antigo onde nasceu Jânio Quadros, que foi um político e 22º presidente do Brasil, o edifício que só foi construído porque um campo-grandense ganhou o maior prêmio da loteria, e também um dos edifícios mais conhecidos que abrigava um alto-falante no último andar para divulgar todas as lojas da rua comercial.
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