Empresa muda fachada e se apropria do nome Hotel Campo Grande

Quem procura por “Hotel Campo Grande” no Google vai encontrar dois resultados diversos. Enquanto há informações sobre o antigo prédio localizado na Rua 13 de Maio, a indicação é de que um novo endereço se apresenta com a marca, mas como assim? A Capital possui dois hotéis com o mesmo nome?

Sócio-proprietário do antigo Hotel Advanced, localizado na Avenida Calógeras, Jean Santi explica que, hoje, quem possui o registro de marca “Hotel Campo Grande” é sua empresa. Segundo o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), a vigência segue até 2033, podendo ser renovada.

Devido à desativação do hotel que possuía a marca inicialmente (o da Rua 13 de Maio) e falta de pedido ao instituto responsável, o registro foi extinto em 2016 com a expiração do prazo de vigência. No sistema do órgão, consta que o primeiro pedido no processo de concessão foi iniciado em 1984.

Sem qualquer relação com o antigo prédio da Rua 13 de Maio, ele garante que quando teve a ideia de usar o nome, não imaginava que o outro estabelecimento poderia voltar à ativa. Com toda a história tendo começado em 2019, Santi comenta que a perda da própria marca, a Advanced, deu a largada na história.

“A gente tinha o registro de marca há 27 anos, mas venceu a marca e acabamos não renovando. Eles (empresa de Cuiabá) requereram e conseguiram a marca. Desde então, a gente estava avaliando outros nomes”, explica Jean.

De acordo com o empresário, a ideia de pesquisar a marca com nome da cidade nasceu ao ver informações de que o prédio do antigo Hotel Campo Grande poderia se tornar até habitação popular. “Como verificamos que o registro havia expirado há 4 anos, entramos com o pedido de registro de marca porque estava mais do que certo de que não havia intenção de abrir o hotel lá”.

Com a marca concedida pelo INPI, Jean detalha que sua empresa passou a fazer as alterações completas de identidade neste ano e, quase simultaneamente, surgiu a notícia de que o prédio da 13 de Maio havia sido comprado e voltaria a ser um hotel.

“O que a gente fez foi de boa fé, sempre pautado na legislação no INPI. Nós registramos a marca e começamos a trabalhar”, resume Santi.

De acordo com o sócio-proprietário do novo Hotel Campo Grande, nenhum contato foi recebido em relação aos novos responsáveis pelo empreendimento da 13 de Maio. E, ainda segundo Jean, caso haja essa conversa, o objetivo será de explicar o mesmo que foi narrado para a reportagem.

Em relação ao desconforto com a existência de dois hotéis Campo Grande, um na memória e outro no presente, Santi explica que não há complicações uma vez que tudo está regulamentado.

O Lado B tentou contato com o empresário Wagner Marcelo Monteiro Borges, responsável pela compra do antigo Hotel Campo Grande, para verificar sobre o nome do hotel a partir da informação do INPI, mas não houve retorno. Entretanto, nesta terça-feira (16), ele havia relatado ao Campo Grande News que pretendia continuar usando o antigo nome.

Em reportagem sobre a reforma que deve custar em torno de R$ 30 milhões, Borges relatou que a nova bandeira do hotel é a Slaviero, mas que uma briga seria traçada pelo nome. “Conversei com os antigos proprietários e como eles não pagaram a taxa de registro, que é o nome, tem uma briga em termos de nome. O hotel vem para concorrer. O melhor hotel de Campo Grande. Vai manter o estilo e ser luxuoso”.

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