Restos de móveis são lembranças em hotel que já hospedou até Xuxa
Novo projeto para retomar vida do Hotel Campo Grande quer unir espaços comerciais e hospedagens
Tendo hospedado desde Xuxa e Roberto Carlos até o grupo musical É o Tchan!, o primeiro hotel de grande porte construído em Campo Grande aguarda pela retomada da vida entre suas paredes de concreto maciço aparente. Agora, enquanto as obras do antigo Hotel Campo Grande ainda não são retomadas, o que restou por lá são os resquícios de mobílias no subsolo, prêmios que lembram os períodos de glória e sombras do que um dia já foi o espaço luxuoso da cidade.
Em processo de compra, aguardando apenas o desembaraço do negócio na Justiça, o hotel possui grandes projetos que envolvem mais de R$ 1 milhão apenas para reformar as janelas que caracterizam o prédio. Ao todo, a renovação completa deverá chegar à cifra de R$ 25 milhões, conforme explica o empresário e pecuarista Wagner Marcelo Monteiro Borges, que fechou negócio com os herdeiros.
Acompanhando o Lado B durante uma visita a alguns espaços do prédio, Wagner e Diego Antônio, engenheiro responsável pela obra, explicaram sobre como a construção deverá unir as antigas características à renovação dos ambientes.
Devido à venda ainda não ter sido finalizada, parte dos espaços não puderam ser fotografados a pedido da família herdeira. Entretanto, passamos pela garagem e antigo espaço de salas no subsolo, lobby e cozinha, além do mezanino, primeiro e alguns andares superiores.
Com energia elétrica ativa em apenas alguns pontos, a visita teve início com ajuda de lanternas ao lado dos guias. “Toda essa parte do subsolo será demolida, vamos construir um estacionamento em todo esse espaço”, explica Wagner sobre a primeira etapa do projeto.
Por ali, dividindo a área com o estacionamento, algumas salas empoeiradas guardam estruturas de camas feitas de madeira, fotografias, cadeiras e mobílias diversas que um dia estiveram distribuídas pelos quartos. De acordo com o empresário, tudo deverá ser doado antes da eliminação, mas ainda não há detalhes específicos de como isso será feito e tampouco fomos autorizados a registrar imagens.
Assinado desde dezembro do ano passado, o contrato de compra e venda tem gerado grandes expectativas tanto para Wagner quanto para a equipe que tem trabalhado na reformulação do prédio. Isso porque o negócio já era um desejo do empresário há cerca de seis anos.
De acordo o pecuarista, assim que o negócio for finalizado, a ideia é que as equipes de construção sejam mobilizadas para trabalhar durante até 24 horas. “Nós acreditamos que as obras devem durar cerca de um ano, é um período muito rápido para finalizar tudo. Caso o contrato já tivesse sido finalizado, nós já estaríamos com toda a parte necessária de demolição completa”, detalha Diego.
Passando para o lobby, marcado na memória de quem conheceu o hotel durante sua atividade pela união entre jardim de inverno, o relógio com signos do oráculo na parede e presença marcante do American Bar, os detalhes que restaram deverão ser reavivados.
Com as placas oxidadas que aguardam pelos ponteiros, a ideia é que o relógio permaneça por ali, assim como parte do espaço que um dia preservava o jardim seja retomado. “Nós pensamos em diminuir o espaço do jardim de inverno, mas queremos fazer essa união entre natureza e ambiente climatizado. Ao lado, teremos o espaço de atendimento do restaurante com as mesas para clientes”, explica o engenheiro.
Também tradicional, ele conta que a famosa feijoada do hotel deverá ser retomada para movimentar ainda mais o espaço. Conectando a ideia de retomadas, os envolvidos no novo projeto também comentam que os espaços do mezanino e primeiro andar, antes tomados por escritórios, darão lugar para a parte comercial da construção.
Assim como um dia já houve barbearia no hotel, o objetivo é disponibilizar salas para que esse tipo de empreendimento retorne ao endereço. “Nós queremos trazer um bom café, ter barbearia, espaços de coworking, diversos serviços que consigam contemplar tanto os hóspedes quanto clientes externos”, comenta Diego.
“Envolvendo a construção, serviços permanentes do hotel e espaços comerciais, a obra vai gerar muitos empregos diretos e indiretos. Então, nossa vontade de começar a obra também é por isso, será um ganho imenso tanto para o Centro quanto para a cidade como um todo”, defende Wagner.
Subindo para os quartos, o engenheiro comenta que, ao todo, o hotel deverá receber quatro layouts de hospedagem. Por enquanto, ainda não há imagens em 3D dos espaços para ilustrar a ideia, mas a intenção é que cerca de 10 unidades se enquadrem para o espaço duplo, ou seja, destinado para famílias e quartos adaptados, com 60 metros quadrados.
Já a maioria, por volta de 90 unidades, terão por volta de 25 metros quadrados com a versão standard. No restante, alguns quartos poderão ser menores, enquanto o último modelo será da suíte presidencial.
Aguardada, a principal suíte é que costumava receber os grandes nomes que passavam por Campo Grande, entretanto não tivemos acesso a ela. De acordo com o engenheiro, essa hospedagem será realocada na torre, assim como terá seu layout definido.
Durante o tour pela construção, as memórias do antigo hotel foram ilustradas por prêmios de excelência, desenhos em espelhos e estruturas que um dia foram concebidas como as mais modernas. Agora, para trazer a atual modernidade, o empresário que assinou o contrato completa que a inspiração é grande para devolver o luxo a Campo Grande.
Com renovação de toda a parte elétrica, itens de segurança, janelas e remodelação dos quartos, a ideia de Wagner é que o espaço se torne referência. Agora, entre as dúvidas que ainda seguem também está sobre o nome permanecer o mesmo ou não, mas o empresário garante que a expectativa é de que em breve novas informações sejam divulgadas.
Confira a galeria de imagens:
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