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Capital

De novo sem destino, hotel está em inventário que já dura 23 anos

Hotel Campo Grande faz parte de patrimônio de um dos fundadores, que ainda não foi partilhado, embora ele tenha morrido em 1996

Marta Ferreira | 19/12/2019 17:45
Inaugurado em 1971, hotel está fechado há 18 anos.
Inaugurado em 1971, hotel está fechado há 18 anos.

O prédio do Hotel Campo Grande foi pivô de uma das polêmicas de 2019, a ideia de transformação em residencial popular pela prefeitura, rejeitada como projeto pelo governo federal. Prestes a encerrar o ano, o destino do lugar famoso segue, então, como um enorme ponto de interrogação encravado no Centro da cidade, praticamente sem uso desde 2002. Só funcionam ali uma agência da Caixa e uma loja de produtos populares.

A família dona do empreendimento sempre disse ter interesse em reabrir o hotel, e mantém essa declaração, mas sequer concluiu o processo de inventário em que o bem está listado, pela morte do produtor rural José Vicente de Paula, falecido em 23 de fevereiro de 1996. A ação, aberta 10 dias depois da morte, já dura 23 anos, sem sinais de encerramento, diante de dívidas milionárias.

Uma delas apenas, com o Banco do Brasil, cujo valor foi atualizado em 2016, passa dos R$ 55 milhões. A soma é bem maior do que a avaliação do hotel, que, conforme consta do processo, é em torno de R$ 14 milhões, na última avaliação feita, em 2014.

Hoje,  no  prédio que foi hotel, só funcionam o espaço onde fica a agência da Caixa e ainda uma loja de produtos populares.  (Foto: Arquivo)
Hoje, no prédio que foi hotel, só funcionam o espaço onde fica a agência da Caixa e ainda uma loja de produtos populares. (Foto: Arquivo)

A movimentação do processo mais recente levantada pela reportagem do Campo Grande News foi em 12 de setembro deste ano, quando foi anexado aviso de recebimento de comunicação da justiça. Antes disso, no dia 30 de agosto, o juiz da 6ª Vara de Família e Sucessões, Alexandre Ito, informou que os herdeiros de José de Paula não relacionaram entre os bens um avião.

O magistrado também pediu que os inventariantes apresentem um plano de venda de bens para pagamento das somas em dívida, que incluem de impostos estaduais e municipais a credores.
Imposto – Até hoje, mais de 23 anos depois da morte de um dos donos do hotel, parte de um patrimônio milionário da família Coelho, responsável pela construção do empreendimento, nem o ITCD (Imposto sobre transmissão “causa mortis”) foi pago.

O tributo, se pago logo após à morte, é de 10% do valor do patrimônio a ser dividido entre os herdeiros. Tanto tempo depois, esse valor aumenta pois há multa. A reportagem não conmsigou levantar de quanto seria esse montante,

No processo aberto em 1996, há seis herdeiros. A reportagem conversou com o representantel deles, Gervário Oliveira Junior. Ele disse que a família quer se “juntar” e fazer um caixa para não precisar se desfazer de bens para pagar o tributo.

Sobre o fracasso do projeto de transfomar o hotel em residencial popular, disse que para os donos, não faz diferença. Ainda de acordo com ele, a expectativa é encerrar o inventário até “maio” do ano que vem para retomar as tratativas para tirar o prédio do abandono.

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