Empresa promete casa saudável que deixa dono bem humorado
Uma semana é o tempo suficiente para erguer uma casa que é capaz de dar um "up" no ânimo do morador, assim que ele abre a porta. Pelo menos é isso que promete o projeto de construção apresentado no Estado pela empresa Open MS, que quer vender a ideia de construir casas populares dentro dos programas sociais de Mato Grosso do Sul.
A propaganda é de que o sistema, baseado na nanotecnologia, fique pronto rápido, com captação de energia que pode ser revertida em consumo, sem a necessidade de pagar a conta no fim do mês, e que possa ser erguido pelo próprio dono.
Diretor, criador e fundador da Open MS, o espanhol Eugen Fudulu esteve em Campo Grande para explicar o sistema construtivo, como é chamado. A casa modelo já foi erguida no bairro São Lourenço, com 44m², criada para uma família de até quatro pessoas e aos moldes dos projetos de residências populares dos programas sociais. À primeira vista não é bonita e nem aparenta ser sustentável e bio-saudável.
Apresentada como um "sistema de industrialização de casas e edifícios sustentáveis, bio-saudáveis e inteligentes", a estrutura da casa se utiliza de materiais considerados "amigos do Meio Ambiente". "Uma das prioridades é construir com rapidez casas confortáveis e seguras para os menos favorecidos, mas atendendo aos demais clientes", explica Eugen.
Ela é feita a partir de uma estrutura de aço inoxidável, que dá suporte a esse tipo de construção, como diz a empresa e de uma madeira chamada OSB 3, prensada e tida como resistente à água, fogo e cupins. Em seguida vem uma lâmina anti-vapor para evitar umidade no ambiente, poliestireno extruido, que dá qualidade de isolamento térmico e acústico, mais uma tira de malha de polipropileno, que faz a ligação entre o poliestireno e o reboco com fibra.
"Esses materiais não formam buracos e nem rachaduras e em cima deles, pode ir qualquer tipo de acabamento", explica o diretor da empresa. Para a casa modelo eles escolheram a pintura texturizada. Mas na Europa, onde o diretor afirma que o projeto vem, se tem usado cerâmica.
Entre os acabamentos para o teto e telhado estão a lã de vidro, novamente o poliestireno extruido e o gesso acartonado. "Por que tantos acabamentos térmicos? Porque sabemos da grande diferença de temperatura aqui", completa Eugen.
As janelas de vidro duplo têm câmeras de ar de 8 milímetros, que impedem que o calor de fora seja transferido para dentro. A casa de 44 m² e se divide entre dois quartos, um banheiro, sala e cozinha. O tempo para ficar pronta é de uma semana, desde que o alicerce já esteja construído.
A tecnologia apresentada como "de ponta", está nos aparelhos. A casa é adaptada com purificador de ar, água e energia solar, que podem ser utilizados todos os dias. "Se durante o dia não estamos em casa, essa energia usada é voltada para a rede, só usamos quando começamos consumir", explica o diretor. Assim, atrás da porta de entrada tem um contador que calcula a quantidade de energia gerada, o quanto foi repassado à rede e o quanto o dono tem para consumir. A ideia é que enquanto não se usa energia, ela é repassada à rede, de forma que a conta de luz seja praticamente zero e cada casa se transforme em geradora.
Além disso, a casa tem "fácil ampliação", dando a possibilidade de fazer um puxadinho. "Tira o acabamento e coloca a estrutura que vai ser utilizada no novo cômodo. Isso não altera o projeto em nada e é possível fazer mais andares também, desde que previsto na estrutura anteriormente", explica Eugen.
O modelo diz que serve para projetos sociais, casas particulares e prédios de até oito andares e mais, qualquer um é capaz de montar. "Porque os planos e as paredes têm um número e somente pode ser montado naquele lugar", frisa.
A construção sai por 1,2 mil cada metro, ou seja, essa casa saiu por pouco mais de 50 mil reais. A proposta é de barateá-la se feita em larga escala. "Vamos atrair a fábrica para Campo Grande, por enquanto ela tem um preço de construção tradicional, mas depois de construirmos várias, o preço diminui, pelo contrato com o fornecedor", descreve Eugen. A redução, segundo a empresa, pode chegar até 20%.
Já quanto ao bom humor, o diretor explica que o aparelho de purificador de ar que tem essa responsabilidade. "Eles emitem íons positivos e negativos que equilibram o ânimo, matam bactérias e permitem o sono formado", diz. O ar que se respira na casa é mais "puro". "Ele virá incluso em todas as casas e também com uma versão para o ar condicionado", sustenta.
A casa já pode ser solicitada, mas o barateio no custo só deve sair ano que vem. Eugen afirma que entre fevereiro e abril a fábrica deve ser montada aqui. Vir para Campo Grande, conforme ele, foi opção pelo gosto. Depois de conhecer o sócio na Espanha, chegou a visitar São Paulo, mas diz que gostou daqui e que a "Capital tem uma boa posição geográfica para atender o mercado do Brasil e da América do Sul".