Na casa oficial da dona Felicidade, plantas revelam ‘segredo’ do amor
Após partida da mãe, Maria assumiu a herança deixada pela mulher que realmente vivia alegre
É difícil passar em frente à casa que era da dona Felicidade e não sentir vontade de entrar e conversar na varanda tomada por vida. Podendo brincar que a construção era a moradia oficial do sentimento sorridente, a filha Maria Helena Virgílio Ribeiro conta que um dos “segredos” deixados pela mãe sobre o amor é justamente o que chama atenção para o lar: a quantidade de plantas.
Localizada na Vila Anahy, a casa foi construída pela família e, há cinco anos, Felicidade partiu após problemas no coração. Desde então, quem cuida do legado deixado pela mãe é Maria Helena.
Tendo crescido ali, Maria conta que o amor pelas plantas era um dos pontos favoritos da mãe. “Ela amava mesmo e passou para cada um de nós. Quando ela faleceu, algumas ficaram aqui e outras plantas foram para minhas irmãs. Depois disso, fui repondo e colocando mais, mas a varanda era ainda mais cheia quando ela cuidava”.
Assim como o carinho da matriarca pelo verde, a filha comenta que cada canto da casa traz memórias da Felicidade. E, por isso, a tarefa de viver por ali envolve tanto o carinho quanto saudades dolorosas.
“Eu brinco que minha mãe ensinou tudo o que conseguiu para a gente, ela ensinou muita coisa mesmo, mas ficar sem ela foi uma coisa que ficou de fora. A gente vivia em volta dela, todo mundo sempre por perto e quando ela faleceu foi muito difícil”, conta Maria.
Apesar de sentir falta diariamente da mãe, ela explica que nunca pensou em se desfazer da casa e abandonar o espaço no passado. “Minha mãe e meu pai precisaram trabalhar muito para conseguir construir essa casa e criar a gente. Então, não tem como deixar para trás, vender, sair daqui. Ela lutou demais”.
Por isso, usando da criatividade, Maria narra que faz de tudo para deixar o ambiente realmente alegre. Tanto é que, assim como aconteceu com a reportagem, ela explica que outras pessoas ficam curiosas para entrar no lar.
“Nós fazemos pastel para vender e alguns dias atrás, uma senhora veio perguntar do pastel e perguntou também se podia entrar aqui na frente. Disse que sempre que passava de carro ficava com vontade de entrar, e eu deixei, né”, conta.
Sem achar ruim ou pensar em problemas, a filha comenta que aprendeu a manter o coração aberto. “A gente precisa se manter simples, ser gentil porque a gente não vai levar nada daqui. Então para que a gente vai ser ruim?”, pontua.
E, além das plantas atuais, Maria brinca que a casa deve ficar ainda mais tomada por vegetação. Já que a felicidade realmente se faz presente através dela, a ideia é “iluminar” o espaço permanentemente, como a mãe fazia.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).