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Arquitetura

Peças retrô, vitrines e poltronas do antigo Cine Campo Grande vão a leilão

Peças tem um valor histórico para quem viveu bons tempos do cinema de rua em Campo Grande

Thailla Torres | 08/08/2017 06:05
Agora com o imóvel fechado e parte dos detalhes deteriorados, cadeiras, vitrines e um balcão serão leiloados nesta quarta-feira. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Agora com o imóvel fechado e parte dos detalhes deteriorados, cadeiras, vitrines e um balcão serão leiloados nesta quarta-feira. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Em 1980 surgia o Cine Campo Grande na 15 de Novembro, que resistiu como o último cinema de rua na cidade. O lugar fez história e deixou saudades a quem pagava um preço democrático em cada exibição. Agora, com o imóvel fechado e parte do que restou se deteriorando, poltronas, vitrines e um balcão serão leiloados nesta quarta-feira (8). Uma dica para quem adora o que é retrô e tem ideias para reaproveitar o que ganhou status de relíquia.

Os bens, que atualmente pertencem ao Sesc (Serviço Social do Comércio de Mato Grosso do Sul), irão a leilão para dar início à reforma que propõe transformar o cinema em espaço cultural. No entanto, ainda não há cronograma de execução da obra, projeto que já completa 3 anos parado.

Entre as peças, há 467 poltronas, que ainda estão parafusadas nas salas, nem todas em bom estado. Elas serão vendidas em dois lotes, um com 220 cadeiras em que o lance inicial é R$ 3,3 mil e outro com 247 unidades a partir de R$ 3,7 mil.

As poltronas são mais recentes, foram trocadas em 2008, um dos últimos investimento do grupo Araújo, antigo proprietário do cinema.

Já o balcão e as vitrines são da década 80, em estilo e tom de amarelo que remetem ao retrô. Os móveis têm lance inicial de R$ 150,00.

Vitrine onde vendiam as balas e ficava a máquina de pipoca. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Vitrine onde vendiam as balas e ficava a máquina de pipoca. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Detalhe de uma das cadeiras. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Detalhe de uma das cadeiras. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Mas para quem viveu os bons tempos do cinema, cada peça tem um valor imensurável. Adão Matias, de 61 anos, é diretor e um craque no que diz respeito à história do cinema em Campo Grande. Ele começou nos mais antigos como lanterninha, até que aprendeu a colocar o filme para rodar. Do Cine Campo Grande ele recorda do encantamento das pessoas que ocupavam diariamente as duas salas do cinema.

"Ver essas peças indo embora é uma nostalgia muito grande. Eu lembro bem desse balcão e das vitrines, onde vendiam as balas e guloseimas antes do filme. Também ficava ali a máquina de pipoca. Era nesse ponto que toda magia do cinema começava".

Sobre as poltronas com o porta garrafa, Adão recorda que no começo nem era permitido refrigerante na sala. "Não podia entrar, mas isso foram nos primeiro meses, depois liberou", conta.

Atualmente o local está sem iluminação. Para quem tiver interesse, as visitas podem ser agendadas e o interessado deve levar lanternas ou pendentes.

Na espera – O Sesc MS comprou o imóvel e apresentou para o público a proposta de reunir teatro, cinema e artes num só espaço, mas ainda aguarda uma resposta do Sesc Nacional para tirar o planejamento do papel.

O projeto, do arquiteto Rubens Fernando de Camillo, propôs reformar as duas salas de cinema, transformando uma delas em teatro com direito à caixa cênica e estrutura que permite a troca de cenários no palco entre um sobe e desce. 

As obras deveriam ter começado em 2015 e, agora, a informação é que não há uma data prevista para executar o projeto. Ainda é preciso aprovação em todas as instâncias: Prefeitura, Corpo de Bombeiros, projetos complementares de iluminação, sonorização, hidráulico, elétrico e proteção contra incêndios.

O leilão será realizado presencialmente a partir das 14h, na Casa de Leilões que fica na Rua Jaboatão, 271, Silvia Regina. Haverá transmissão simultânea pela internet.

Informações pelos telefones (67) 3363-7000 e (67) 3363-5399.

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Há um projeto para transformar o antigo cinema em espaço cultural, mas não há previsão de início das obras.
Há um projeto para transformar o antigo cinema em espaço cultural, mas não há previsão de início das obras.
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