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Arquitetura

QR Code e visita guiada revelarão histórias de prédios antigos da 14 de Julho

Projeto em andamento está catalogando informações de 42 patrimônios históricos

Thailla Torres | 01/07/2019 12:22
Casa Glória está entre os patrimônios que serão catalogados no projeto. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Casa Glória está entre os patrimônios que serão catalogados no projeto. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Quarenta e dois edifícios históricos da Rua 14 de Julho receberão em suas fachadas placas com QR Code para que as pessoas tenham acesso instantâneo à história completa das construções. A ação faz parte do ‘Reviva Campo Grande’ que está catalogando o patrimônio dos 1400 metros da via que está sendo requalificada, da Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso.

O portal tecnológico será alimentado com informações após todas as pesquisas, lideradas pelo arquiteto Fernando Batiston, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), serem finalizadas. A intenção é que o material disponibilizado esteja em uma linguagem acessível para todos.

Além do uso da tecnologia, está em andamento um projeto de visita guiada, revelou o arquiteto. “Já está em andamento outro projeto de um ‘tour’ que vai ser feito na região da Rua 14 de julho, com alguns itinerários para visitação na rua”, diz. Na visão dele, falta observação sobre a história da cidade. “A ideia é começar olhar a cidade de outra forma. As pessoas não olham para cima, são práticas. Elas entram numa dessas lojas sem nunca terem olhado para cima, para ver a beleza do prédio ou a representação dele, com personalidade e muito diferente do que se constrói hoje”, completa.

Edifício José Abrão, construído na década de 1930. (Foto: Arquivo/Alcides Neto)
Edifício José Abrão, construído na década de 1930. (Foto: Arquivo/Alcides Neto)

As pesquisas históricas, de fotografia, desenho e arquitetura já começaram sobre alguns prédios conhecidos, como o Edifício José Abrão, construído na década de 1930, na Rua Cândido Mariano. Revestido de pó de mica, típico do estilo “art déco”, é o primeiro prédio de três andares da cidade.

As pesquisas também se debruçam sobre a relojoaria Nakasse, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Barão do Rio Branco, que ainda preserva detalhes antigos em suas janelas, que remetem a arquitetura eclética. O edifício, conforme a pesquisa foi o primeiro a usar laje em concreto armado em Campo Grande e ainda permanece com elementos de fachada originais.

A antiga Casa Glória que até hoje mantém o letreiro de ferro no alto e foi uma das lojas mais tradicionais do comércio da Rua 14 de Julho, guarda na sua estrutura muita história e também fará parte do projeto.

Parte dos imóveis catalogados são exemplos de uma arquitetura art decó, um estilo artístico de caráter decorativo que surgiu na Europa na década de 1920, com uso de linhas retas próximo ao telhado e de frisos. Além do ‘ecletismo’ pela rica ornamentação na platibanda, que é a faixa horizontal que emoldura a parte superior de um imóvel e que tem a função de esconder o telhado, para proteger e ornamentar a fachada.

Além da estética e característica arquitetônica dos prédios, as pesquisas revelarão memórias dos pioneiros da Rua 14 de Julho, imigrantes, comerciantes, moradores e empreendedores.

O arquiteto também revelou que além de edifícios, será catalogado a história do Relógio da 14. “Por ter feito da parte da história da rua e da cidade”, explica.

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