Sem clichê, projeto mostra que dá para ter estilo e conforto em 42 m²
Um dos grandes desafios em apês pequenos é conseguir uma boa decoração personalizada
Apartamentos pequenos se tornam cada vez mais populares em Campo Grande e um dos desafios é fazer uma boa decoração que não pareça idêntica a todos os outros projetos. Mostrando que é possível ter estilo próprio e conforto em 42 m², os arquitetos João Santos e Eduardo Melo uniram cores, mobília adequada e iluminação para provar isso na prática.
Simples, o apartamento dos arquitetos foi pensado para aluguéis de temporada através do Airbnb. Com isso em mente, João explica que a ideia do projeto era garantir que o espaço abraçasse quem ficasse no local.
“A primeira coisa que a gente queria era conforto, tanto visual quanto espacial, que fosse um lugar aconchegante e trouxesse um aspecto de relaxamento. Que não fosse um espaço que causasse sensação de aceleramento, de palpitação ou confusão”, explica.
Para chegar ao resultado, ele detalha que é necessário pensar sempre na escala do apartamento. De acordo com o profissional, não observar a dimensão do local na hora da decoração é um erro comum que pode afetar todo o espaço.
“Com o mobiliário, por exemplo, um erro muito comum é trabalhar uma escala que não é adequada para o espaço. O apartamento pequeno com um sofá muito grande, com mesa muito grande, com painel de televisão e rack grande. Isso vai deixar o espaço que já é reduzido mais reduzido ainda ”, diz.
No caso do Apê Campão, por exemplo, algumas soluções foram o sofá de dois lugares, um painel de televisão pequeno que se camufla na parede e ao mesmo tempo atende as necessidades, além de um mesa de quatro lugares.
Outro ponto importante para chegar ao resultado final, de acordo com João, foi a escolha da paleta de cores. “Todas as nossas ideias vieram a partir do azul como cor predominante e a partir dele buscamos a linguagem do apartamento, incluindo a escolha do estilo dos mobiliários”.
Usando do azul, detalhes em preto, branco e alguns detalhes em madeira, o arquiteto comenta que o projeto quis matizar as paredes e os móveis planejados. Por ser um espaço pequeno, o destaque aos móveis poderia dar um contraste indesejado.
“Os planejados trazem funcionalidade, mas não são o destaque. Hoje em dia, a decoração endeusa muito a televisão, o painel, ripados e isso encarece, pesa o ambiente. Quando falamos de ambientes pequenos temos que pensar em como esse espaço vai dialogar com o mobiliário, incluindo os móveis planejados”, explica João.
A favor de criar ambientes próprios, mas que conversem, o arquiteto detalha que a separação entre cozinha e sala foi feita estrategicamente. “A gente queria dar uma camuflada na cozinha sem usar alvenaria, sem um fechamento que impossibilitasse essa permeabilidade. O recurso que usamos foi o cobogó, que é um elemento vazado em gesso, super comum e que está bem difundido na arquitetura de interiores”.
Além de fazer a separação, o cobogó possibilita um efeito de luminária durante a noite, de acordo com o arquiteto.
Já nos quartos, uma das ideias também foi de levar as cores para substituir o uso de cabeceiras, economizando espaço. “Preferimos usar um barrado para fazer a ideia de uma cabeceira que emoldurasse as camas. Nós economizamos, deixamos o espaço bonito e agradável com a pintura. É um recurso fácil e barato de ser executado”.
Mesmo com o projeto tendo sido criado para executar em espaço de locação, o arquiteto explica que as ideias também poderiam ser aplicadas em um local para moradia. “Isso porque a ideia é mesmo trabalhar conforto, funcionalidade nos espaços e trazer um aspecto de modernidade, algo contemporâneo com uma pegada mais charmosa”.
Além de usar bem a escala do apartamento e aproveitar as cores, João comenta que a iluminação é outro fator importante. Sem a necessidade de rebaixar o teto com gesso, uma prática cada vez mais comuns em projetos, ele sugere o uso dos pontos de luz já existentes.
“Trabalhamos com os mesmos pontos de iluminação que já existiam, não pensamos em aumentar e usamos luminárias de piso e outras pontuais. A iluminação é um ponto muito forte na decoração e precisamos ficar atentos para não termos demais, mas para que também não fique escuro”.
A dica do arquiteto, neste caso, é trabalhar com uma iluminação mais quente, mais amarelada, para criar climas no apartamento.
Confira a galeria de imagens:
Em resumo, pensando a partir do Apê Campão, João sugere que pensando no gosto de cada um, as ideias permeiem pelo uso de cores, pensem na escala da mobília e também foquem na iluminação.
“A cor é vida, muda o astral da casa, muda nosso astral e as sensações que a gente tem nesses ambientes. Se enjoar, pinta e muda de novo. Inclusive, essa é uma ideia para que você mesmo faça, existem vários tutoriais no Youtube ensinando”, relata sobre as pinturas.
Além disso, uma sugestão final que também foi aplicada no apê para locação é o uso de plantas. “Elas também trazem essa vida para o ambiente, então é legal pensar no paisagismo. Se você ainda não tem prática, vai tentando com uma ou duas até entender tanto o ambiente quanto as plantas”.
Para conferir mais detalhes sobre o apartamento de João e Eduardo é só clicar aqui e conferir o Airbnb.
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