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Arquitetura

Sem o óbvio, Morar Mais por Menos também tem luxo

Ângela Kempfer | 17/10/2012 14:40
Piscina da Morar Mais Por Menos. (Fotos Minamar Júnior)
Piscina da Morar Mais Por Menos. (Fotos Minamar Júnior)

Em um ou outro ambiente é possível identificar aqueles paletes de madeira, pneus ou as caixas de feira que transformaram e popularizaram o reaproveitamento em decoração. A Mostra Morar Mais por Menos, que será aberta amanhã ao público, em Campo Grande parece ter riscado essas obviedades do vocabulário criativo.

“Sempre disse que não queria uma mostra de caixa e pneus. Acabamos conseguindo algo bem sul-mato-grossense, a casa de uma família que, como quem vive em Campo Grande, gosta de receber os amigos”,  avalia Iara Diniz, a responsável pelo evento aqui na cidade.

Quem procura “diquinhas” de como deixar a casa maravilhosa, gastando bem pouco, também pode tirar o cavalinho da chuva.  A Mostra tem sim boas sacadas, comprova que alternativas podem baratear bastante o bom gosto, mas tudo tem seu preço e, em alguns casos, o valor é bem alto.

Sala da Família.
Sala da Família.
Do outro lado, a parede de água.
Do outro lado, a parede de água.
A porta principal da residência é feita com cruzetas, explica o arquiteto Erique Moreira
A porta principal da residência é feita com cruzetas, explica o arquiteto Erique Moreira

Na sala principal da residência, uma cortina d’água é a perfeição estética e sensorial para dias de umidade relativa baixa, o que por estas bandas não é algo raro. A arquiteta Mirna Conti conseguiu reduzir o orçamento inicial da parte hidráulica de R$ 12 mil, para R$ 700,00.

“Primeiro busquei um fornecedor de fora, especializado, mas ficou uma fortuna. Acabei fechando por conta própria, com a ajuda de uma empresa de piscinas daqui”, explica. A água é reaproveitada e, caso exista esquema de captação de chuva, o custo de manutenção é quase zero.

A bancada de Mármore Carrara, também destoa do que a principio vamos buscar em uma mostra que preza o “menos”.  “Realmente, é um toque de luxo, mas está em um ambiente cheio de sustentabilidade. O piso, por exemplo, de madeira, tinha pedaços podres e foi totalmente recuperado. O custo foi muito pequeno, uma super economia”, justifica Mirna.

Antes, no hall de entrada, a porta é feita com cruzetas, muito bem reaproveitadas com acabamento rigoroso para o acesso ao espaço que tem um outro conceito nos dias atuais. "Serve para receber fornecedores, pessoas que não têm muita intimidade para entrar nos outros cômodos", defende o arquiteto.

No quarto infantil, desenhado para gêmeos, o ofurô de 2.6 mil é um dos luxos no banheiro.  Mas a decoração do quarto é simples, colorida, mas com uma mescla de tons sóbrios.

O ofurô no quarto dos gêmeos.
O ofurô no quarto dos gêmeos.
A decoração tem vários tons, mas sóbrios.
A decoração tem vários tons, mas sóbrios.

Pela casa do Jardim dos Estados, o reaproveitamento mesmo aparece mais na parte externa. O colchão inflável, esquecido depois de uma tentativa frustrada de conforto aos hóspedes, foi forrado em tecido claro e sobre um deck de paletes fica lindo.

No espaço de jardinagem, as correias de moto pintadas de vermelho são suporte para a prateleira.

Mas está na garagem o melhor exemplo de como um profissional pode garantir sorrisos ao contratante. Os arquitetos Arthur Moraes, Joana Moraes e Miralba Moraes, em família criaram beleza na base do MDF rústico. Com 12 placas, de 5 metros quadrados cada, produziram todas as estantes e construíram uma escada, charmosa pelas cordas que servem de apoio.

 “O piso é feito com reaproveitamento de materiais, como pneus. Não é dos mais baratos, mas é sustentável e super resistente”, garante Joana.

Colchão inflável virou futon sobre paletes.
Colchão inflável virou futon sobre paletes.
Escada da garagem, feita de MDF bruto, sem acabamento.
Escada da garagem, feita de MDF bruto, sem acabamento.
Mesas do restaurante, com vergalhão na base.
Mesas do restaurante, com vergalhão na base.

No restaurante que irá funcionar todos os dias, as arquitetas Luciana Teixeira e Ana Paula Zahran também surpreendem com a sofisticação em um painel dourado feito com o mesmo material dos tapumes de obras. Apesar das cadeiras assinadas, há muitas idéias baratas, como as mesas feitas com vergalhões pintados de preto. “Fugimos do óbvio e mesmo conseguimos baratear muito o projeto”, diz Luciana.

Como adoro peças de design, sinceramente achei tudo bem mais barato que o que vejo no mercado, mas como nem todo mundo pagaria mais de 500 reais por uma cadeira, a sofisticação da mostra montada em Campo Grande pode desanimar.

A mostra foi montada em dois imóveis, de 6 mil metros quadrados no total, na Rua da Paz 342, Jardim dos Estados. O ingresso custa R$ 20,00. As portas são abertas às 16h e fechadas às 22h, de terça a domingo.

Ambiente Estar Mais por Menos
Ambiente Estar Mais por Menos
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